Bandidos aplicam ‘golpe do laudo’ para adulterar quilometragem de veículos
Em mais um esquema para tentar enganar o comprador, criminosos cometem fraude na quilometragem.
As táticas para aplicar golpes e cometer fraudes contra compradores só crescem no Brasil, e infelizmente os criminosos não param de inventar novos esquemas. A mais nova prática criminosa descoberta pelas autoridades é usada para adulterar a quilometragem que o hodômetro marca.
Essas tentativas não são um problema recente, embora os carros mais modernos tenham tecnologias que coíbem a adulteração. Porém, mesmo com itens de segurança atuais, ela ainda é bem comum e tem ficado cada vez mais difícil de ser descoberta.
Segundo Alexandre Barros Pinho, dono da oficina de funilaria e mecânica WTC Express, muitos motoristas acabam no prejuízo por serem vítimas de fraude na quilometragem.
“Uma informação que encontramos, principalmente na descrição de alguns anúncios que circulam entre grupos de WhatsApp compostos por lojistas, é o último registro de quilometragem que um carro teve em laudo cautelar veicular. Só que é possível reduzir a quilometragem do hodômetro até aquele laudo. O carro fica mais interessante para as lojas, mas rodou muito mais do que está anunciado”, diz em entrevista ao portal UOL.
“Se alguém oferece um carro com 100 mil km, e no anúncio é dito que o último laudo do veículo foi feito com 60 mil km, o comprador (que, na verdade, é um revendedor, e não cliente final) já sabe que poderá escolher uma quilometragem de 60 mil ou mais. Assim, poderá maquiar o carro antes de repassá-lo”, conta.
Hoje, com o hodômetro digital, não é mais possível “rebobinar” a quilometragem manualmente, mas o golpista consegue “maquiar” o número. Embora a informação possa ser consultada junto à central de controle eletrônico (ECU), o laudo cautelar não acessa o equipamento. Além disso, o dono da WTC Express afirma que a fraude pode passar despercebida mesmo com a consulta à ECU.
Como evitar a fraude
O especialista recomenda que o comprador procure uma concessionária. “É mais comum observarmos esse cuidado entre as marcas premium, mas nada impede que o interessado em algum modelo popular vá até uma concessionária para extrair alguma informação dos módulos”, explica.
Além disso, ele orienta que o motorista verifique os registros de seguro automotivo que certificam a condição do automóvel na data em que a vistoria foi realizada. Caso o procedimento tenha sido feito em um dia e o carro tenha retornado para inspeção no outro, já com outro proprietário, é possível verificar se houve adulteração.
De forma geral, o cliente deve se atentar aos seguintes itens: leitura dos módulos; estado e data de fabricação dos pneus; estado de conservação do interior do carro; deterioração de borrachas, pedais, manopla e volante; e registros e notas fiscais de revisões, seguro e trocas de óleo.
*Com informações do portal UOL.