Adeus estepe? Pneu run flat roda 80 km furado, mas pode ser uma verdadeira ‘furada’

Conveniência de usar com um pneu que roda mesmo furado pode acabar virando dor de cabeça para o motorista.

A invenção de um pneu que roda por dezenas de quilômetros mesmo quando está furado chegou como uma bênção para os motoristas do mundo inteiro. Conhecida como run flat, essa tecnologia, que dispensa a presença do estepe no porta-malas do carro, permite ao condutor dirigir por até 80 km em caso de algum imprevisto.

Porém, o sistema não foi pensado para as estradas brasileiras, repletas de buracos e outras imperfeições. Isso sem mencionar as regiões mais afastadas, onde é necessário percorrer centenas de quilômetros em busca de uma oficina.

Quem já enfrentou uma situação de furo com um pneu run flat sabe bem disso. Na maioria das vezes, quando não há um estepe com o qual contar, a solução é chamar o guincho e esperar o resgate.

O problema do pneu run flat

Essa tecnologia, consolidada em muitos países ao redor do mundo, consiste em um pneu com reforços estruturais nos flancos, ombros e talões, também conhecidos como a lateral e o aro de fixação na roda. Isso permite que o componente suporte a carga por até 80 km a uma velocidade máxima de 80 km/h.

Quando um pneu tradicional fura, o ar se perde, deixando a peça sem sustentação. No run flat, esse reforço permite que ele se sustente por algum tempo até murchar.

O problema é que 80 km podem não ser suficientes para os brasileiros que precisam chegar a uma oficina, considerando que o país é enorme e cheio de regiões pouco povoadas. Além disso, os problemas com perfuração são muito mais comuns no Brasil do que em outros países com rodovias de maior qualidade, como os da Europa.

Mesmo para quem circula apenas dentro da cidade, o pneu run flat pode resultar em dor de cabeça devido à falta de disponibilidade, uma vez que costuma equipar apenas os carros mais luxuosos. Afinal, para usar esse tipo de componente, o veículo precisa ter sensor de pressão dos pneus.

Segundo recomendação da Michelin, um pneu run flat reparado só pode continuar sendo utilizado se não tiver ultrapassado 80 quilômetros rodados. A Pirelli, outra fabricante do produto, afirma que é preciso substituir o item, independentemente da quilometragem rodada, uma vez que seus reforços podem ter sido afetados pela perfuração.

Vale mencionar que é possível adaptar as rodas especiais para pneus run flat aos componentes normais, mas o contrário é inviável.

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