Atenção! Carros feitos até 2014 são mais propensos a acidentes em estradas

Pesquisas apontam que carros antigos, sem tecnologias modernas de segurança, apresentam maior risco de acidentes fatais.

Carros antigos nas estradas brasileiras têm se mostrado um fator crítico para a segurança viária, segundo um estudo recente. O levantamento, encomendado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que veículos fabricados antes de 2014 são um grande problema.

A pesquisa feita por Paulo César Pêgas Ferreira, do Instituto Zero Morte, aponta que os modelos com mais de 10 anos têm uma probabilidade três vezes maior de se envolverem em acidentes fatais em comparação aos mais novos.

A falta de sistemas de segurança, como freios ABS e airbags, que se tornaram obrigatórios no Brasil apenas a partir de 2014, eleva significativamente o risco para motoristas e passageiros. Esses recursos, já comuns em países da Europa e nos Estados Unidos, são cruciais para evitar lesões fatais em caso de colisão, conforme enfatiza Pêgas Ferreira.

Os dados são alarmantes. Entre 2021 e 2022, foram registrados 59,86 óbitos a cada 10 mil veículos fabricados em 2009. Este número começa a diminuir notavelmente a partir de 2014, chegando a 15,94 em 2022, com a introdução de tecnologias semiautônomas, como a frenagem autônoma de emergência.

Importância da tecnologia e segurança no trânsito

Rodrigo Kleinubing, especialista em engenharia automotiva, destaca a importância dos dispositivos de segurança, como ABS e airbags. “Eles são essenciais para a segurança veicular ativa e passiva”, explica Rodrigo Kleinübing, um dos mais respeitados peritos de sinistros de trânsito do país.

O bloqueio das rodas é evitado com o ABS, enquanto airbags protegem em colisões.

Acidentes de trânsito não trazem apenas consequências humanas, mas também um impacto econômico significativo. Segundo Ferreira, as 38 mil mortes anuais no trânsito geram um custo de R$ 150 bilhões, incluindo despesas hospitalares e previdenciárias.

Além disso, 60% dos leitos de UTI são ocupados por vítimas de acidentes, sobrecarregando o Sistema Único de Saúde (SUS).

Soluções propostas

Para enfrentar essa situação, o estudo sugere a criação de um programa de renovação da frota que inclua incentivos fiscais e financiamento facilitado para a compra de veículos mais modernos. Ademais, a implantação efetiva da inspeção técnica veicular obrigatória é vista como uma medida crucial.

Paulo César Pêgas Ferreira afirma que políticas públicas focadas na segurança veicular podem trazer economias significativas ao país, além de salvar vidas.

“O Brasil está perdendo a oportunidade de salvar vidas e reduzir os gastos públicos com acidentes de trânsito. Precisamos urgentemente de uma política que responsabilize as montadoras pela falta de segurança nos veículos que colocam no mercado e que conscientize a sociedade sobre o perigo de dirigir carros inseguros”, finaliza.

*Com informações de UOL Carros.

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