Aumento da Selic eleva custos dos financiamentos de veículos; confira simulações
Alta da Selic impacta o custo de financiamentos e empréstimos, elevando as taxas de juros para consumidores e empresas.
O Banco Central anunciou um novo ajuste na taxa Selic, que passou de 13,25% para 14,25% ao ano. Essa decisão reflete diretamente nos custos dos financiamentos e no crédito ofertado para as empresas.
A mudança, apesar de parecer pequena, traz consequências significativas na economia. Análises da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) indicam que a variação anual nas linhas de crédito para pessoas físicas não ultrapassará 2%.
No entanto, o impacto ocorre principalmente em operações de maior valor, como financiamentos de veículos. O encarecimento dessas operações pode impactar o planejamento financeiro dos consumidores.
Impacto no crédito e financiamentos
De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, da Anefac, a diferença entre a Selic e as taxas de juros aplicadas ao consumidor é substancial. Na média, as taxas para pessoa física atingem 123,58% ao ano, contrastando com a Selic, evidenciando uma variação superior a 800%.
Isso se deve às margens adicionadas pelas instituições financeiras para compensar riscos e custos operacionais.
Simulações e exemplos práticos
Para ilustrar os efeitos do aumento da taxa básica, foram realizadas simulações em algumas modalidades de crédito.
Por exemplo, o financiamento bancário de um veículo de R$ 40 mil em um prazo de 60 meses passou a ter uma taxa de 2,10% ao mês. Essa mudança eleva o custo total do bem em R$ 1.347,01.
Linha de crédito | Taxa mensal (13,25%) | Taxa mensal (14,25%) | Variação |
---|---|---|---|
Juros do comércio | 5,26% | 5,34% | 1,52% |
Cartão de crédito | 15,06% | 15,14% | 0,53% |
Cheque especial | 7,89% | 7,97% | 1,01% |
Financiamento de veículos | 2,02% | 2,10% | 3,96% |
Empréstimo pessoal bancos | 3,86% | 3,94% | 2,07% |
Empréstimo pessoal financeiras | 7,04% | 7,12% | 1,14% |
Efeitos cumulativos e mercado de crédito
Embora cada ajuste da Selic tenha um impacto limitado, suas elevações sucessivas acumulam efeitos no mercado de crédito. Os spreads bancários aumentam, elevando a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa de juros cobrada aos consumidores.
Além disso, as instituições passam a adotar critérios mais rigorosos na concessão de crédito, o que dificulta o acesso aos financiamentos.
É fundamental que consumidores e empresas se planejem financeiramente para enfrentar esse cenário de juros mais altos. A decisão de ajustar a Selic visa controlar a inflação, mas traz desafios adicionais para a economia, especialmente no que tange ao acesso ao crédito e ao custo dos financiamentos.