Carro à prova de multas? Descubra como maus motoristas enganam radares
Uso de dispositivos e truques para enganar radares e evitar multas por infrações de trânsito pode custar caro para o motorista.
A crescente preocupação com a fiscalização de trânsito levou alguns motoristas a buscar formas engenhosas de burlar os radares e evitar multas por infrações como excesso de velocidade e desrespeito ao rodízio de veículos.
Nos últimos anos, o aumento da sofisticação dos sistemas de controle aumentou a procura por dispositivos ilegais.
Com a ajuda de dispositivos e truques encontrados facilmente na internet, esses condutores tentam driblar a fiscalização e tornar o trânsito menos seguro, especialmente em grandes centros urbanos.
De acordo com o advogado Marco Fabrício Vieira, membro do Contran e do Cetran-SP, a utilização de qualquer equipamento que impeça a leitura adequada da placa é considerada uma infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e remoção do veículo.
A adulteração da placa, como modificar caracteres para enganar a fiscalização, é um crime mais sério, punido com reclusão de três a seis anos e multa, conforme o Código Penal.
Dispositivos e estratégias para driblar a fiscalização
A seguir, listamos os métodos mais comuns utilizados pelos maus condutores para enganar os radares, como adesivos, placas que se escondem e até embaralhadores de sinais.
Adesivos antimultas, um dos truques mais utilizados por quem quer burlar a fiscalização de trânsito (Foto: Divulgação)
1. Adesivos antimultas: um truque com limites
Um dos métodos mais comuns são os adesivos antimultas, aplicados sobre a placa do veículo. Esses autocolantes possuem um revestimento que reflete a luz infravermelha usada pela maioria dos radares modernos, especialmente à noite ou em condições de baixa luminosidade. Com isso, ofuscam a leitura da placa e dificultam a identificação do veículo.
Disponíveis por menos de R$ 100, esses adesivos são amplamente comercializados, mas têm eficácia limitada, pois não funcionam bem sob iluminação natural abundante.
Embora sua utilização não seja tipificada como crime, motoristas pegos com eles enfrentam penalidades significativas.
2. Dispositivos eletrônicos de bloqueio
Outra estratégia envolve o uso de equipamentos eletrônicos que detectam e embaralham as ondas de rádio emitidas por radares móveis e portáteis. Esses dispositivos, que podem ser encontrados em sites internacionais, custam entre R$ 600 e R$ 1.000 e funcionam de maneira semelhante aos jammers que bloqueiam rastreadores veiculares.
Eles também podem desativar pistolas de medição de velocidade por laser ou utilizar flashes ocultos na moldura da placa para cegar as câmeras de fiscalização.
3. Placas giratórias e ocultação
A tecnologia de placas giratórias, inspirada em filmes como “007 contra Goldfinger”, tem sido adaptada para uso real. Esses dispositivos permitem ao motorista esconder a placa original do veículo, substituindo-a por uma peça de plástico preto ou inclinando a placa para dificultar a leitura.
Disponíveis por cerca de R$ 1.000, esses dispositivos são frequentemente encontrados em marketplaces online e são usados para evitar multas e até cometer crimes.
O uso desses mecanismos é tratado como uma infração de trânsito, punível com multa de R$ 293,47 e remoção do veículo, mas também pode ser enquadrado como crime de adulteração de sinal identificador, com pena de reclusão de três a seis anos e multa.