Carros movidos a hidrogênio dariam certo? Veja o que falta para a tecnologia ‘vingar’

A tecnologia de hidrogênio avança nas montadoras, prometendo um futuro mais limpo e sustentável para a mobilidade urbana. Mas será esse o futuro?

O hidrogênio tem se destacado como uma solução promissora na busca por mobilidade sustentável. Este elemento químico, convertido em eletricidade por meio de células de combustível, tem atraído investimentos e atenção no setor automotivo.

No entanto, será que essa tecnologia se estabelecerá definitivamente no mercado? Camilo Adas, da SAE Brasil, acredita no potencial do hidrogênio. O especialista falou com exclusividade ao UOL.

Adas destaca a complexidade envolvida na adoção dessa tecnologia, incluindo infraestrutura, legislação e aceitação do mercado. Mesmo com desafios, ele vê o hidrogênio como um substituto viável para os combustíveis fósseis.

Como funciona a tecnologia de hidrogênio

As células de combustível de hidrogênio funcionam de forma semelhante a uma bateria, produzindo eletricidade continuamente.

O hidrogênio armazenado no veículo reage com o oxigênio do ar, gerando energia e água como subproduto. Essa operação limpa e eficiente torna a tecnologia atraente.

O Toyota Mirai é um exemplo notável de veículos que trazem essa inovação. Equipado com três tanques de hidrogênio, o sedã japonês oferece autonomia de aproximadamente 650 km e uma condução silenciosa e suave. O abastecimento leva cerca de cinco minutos, similar aos veículos tradicionais.

Imagem: Shutterstock/Reprodução

Desafios e perspectivas para o hidrogênio em veículos

Apesar das vantagens, a produção de hidrogênio enfrenta entraves significativos. A obtenção do gás requer uma quantidade de energia elétrica considerável, muitas vezes oriunda de fontes não sustentáveis. Ademais, a infraestrutura de abastecimento é limitada, especialmente em dias frios.

No entanto, iniciativas para produção de hidrogênio verde, usando energia solar ou eólica, buscam reverter esse cenário. Países como Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul têm avançado nessa área, oferecendo exemplos a serem seguidos mundialmente.

O papel do Brasil no avanço da tecnologia

O Brasil tem investido na consolidação do hidrogênio como combustível. A iniciativa “Made in Brasil – MIB”, do MDIC, reúne 40 pessoas e 30 empresas, focando no desenvolvimento da indústria de componentes e sistemas de hidrogênio no país.

Camilo Adas acredita que, assim como o etanol, o mercado de hidrogênio encontrará seu espaço no Brasil. Com um olhar técnico, ele vê soluções para os desafios enfrentados e prevê um futuro positivo para essa tecnologia.

Inovações e modelos promissores

Além do Toyota Mirai, outras montadoras também apostam no hidrogênio. A Hyundai, por exemplo, já comercializa o SUV Nexo na Coreia do Sul e planeja lançar o Hyundai Initium nos Estados Unidos em 2025. A Stellantis e a Nissan também exploram o potencial dessa inovação.

Com essas inovações, o futuro da mobilidade sustentável parece promissor. Embora ainda existam barreiras a serem superadas, os avanços contínuos indicam que o hidrogênio poderá, em breve, tornar-se uma realidade viável nas garagens.

*Com informações UOL

você pode gostar também