Chega de curvas! Duplicação da Serra das Araras deve acabar com trecho perigoso para motoristas
Duplicação da Serra das Araras na BR-116 promete segurança e fluidez no tráfego entre SP e RJ até 2027.
Um dos trechos mais desafiadores da BR-116 recebe atenção especial: a duplicação da Serra das Araras, entre Piraí e Paracambi, promete transformar a experiência de motoristas na Rodovia Presidente Dutra.
Com curvas que remontam a 1928, o trecho sempre foi conhecido pela dificuldade e pelo risco elevado, impactando quem trafega entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Em outubro, metade das obras já foi concluída, segundo a CCR RioSP, responsável pela concessão. A iniciativa não só busca aumentar a segurança, mas também melhorar a fluidez do tráfego, reduzindo congestionamentos e riscos de acidentes.
O investimento beneficia especialmente o transporte de cargas pesadas, garantindo mais eficiência e previsibilidade nas rotas logísticas. Com a duplicação, a rodovia se aproxima de padrões modernos de infraestrutura, fortalecendo a integração entre as duas maiores metrópoles do país.
Andamento das obras
As obras, que começarem em abril do ano passado, atingiram 50% em outubro. Assim, a conclusão total agora mira 2027, dois anos antes do contrato. Com o novo projeto, o traçado sinuoso herdado de 1928 dará lugar a um desenho moderno voltado à segurança.
O desenho da nova serra prevê 24 viadutos sobre a atual pista de subida (sentido São Paulo). Neles, quatro faixas por sentido substituirão as duas de hoje. Além disso, oito estruturas entrarão em operação no primeiro trimestre, possivelmente em fevereiro.
Como efeito, a velocidade máxima passará de 40 km/h para 80 km/h, com investimento de R$ 1,5 bilhão.
A CCR RioSP, vinculada à Motiva, coordena a intervenção. Segundo Virgilius Morais, gerente de Engenharia e Obras, a correção do traçado reduz acidentes e elimina um gargalo nacional. Por fim, a mobilidade entre São Paulo e Rio de Janeiro ganha previsibilidade.

Foto: Reprodução/Márcio Ferreira/MT
Cronograma e engenharia em campo
Em Seropédica, o canteiro fabrica 450 vigas para os viadutos, com 210 já produzidas e 102 instaladas. Algumas peças alcançam 41,8 metros, como as do Viaduto 6, previsto para o ano que vem.
Treliças posicionam as vigas após içamento. Por segurança, operações especiais fecham o trânsito por instantes.
Hoje, supercargas descem pela contramão da pista de subida, menos sinuosa, o que bloqueia a serra. Com a duplicação, o fluxo seguirá mesmo com peças gigantes.
Enquanto isso, o Viaduto 8 avança para a entrega de fevereiro, aguardando lajes pré-moldadas produzidas em Seropédica. Esse ajuste diminui atrasos e melhora a logística regional.
Escavações e detonações controladas
Para abrir espaço às novas pistas, equipes cortam morros, implodem rochas e reaproveitam o material em aterros. De segunda a quinta, das 13h às 15h, o sentido São Paulo fecha para detonações.
Até agora, 370 mil dos 600 mil m³ previstos saíram, equivalendo a mais de 24 mil caçambas. Além disso, 2,5 mil operários atuam em dois turnos, com perfurações para 2,2 mil estacas-raiz e apoio de uma pista de serviço.
Reconfiguração viária e segurança
Quando concluída, a atual pista de subida deixará de operar. Já a descida, cheia de curvas, ficará dedicada aos moradores locais e servirá como contingência para o fluxo.
O traçado novo agrega acostamento em todo o percurso, duas áreas de escape e três passarelas para as vilas Cruzeiro, Cristã e Caiçara. Panes como a de uma carreta no km 229 expõem a importância do acostamento para evitar retenções.
Na Serra das Araras, o desnível chega a 400 metros, comparável ao Pão de Açúcar, e 30% do tráfego é de veículos pesados. Por ali, circulam químicos, minérios e carne, somando 43,96 toneladas anuais, segundo o Ministério dos Transportes.
Com a duplicação, a rota São Paulo–Rio de Janeiro ganha capacidade, previsibilidade e segurança. Supercargas deixarão de paralisar a serra, e o novo traçado reduzirá acidentes. Assim, um gargalo histórico na BR-116 se aproxima do fim.