Compramos carros pensando no próximo dono? 5 evidências indicam que sim
Apesar das preferências pessoais, fatores como revenda futura influenciam as escolhas dos brasileiros ao comprar um carro.
A decisão de compra de um carro no Brasil não é tão simples quanto parece. Embora muitos acreditem escolher o veículo ideal por suas preferências, a realidade pode ser outra. Ao adquirir um automóvel, aspectos como o valor de revenda costumam pesar na balança.
Mesmo quem acredita ter o controle total sobre suas escolhas pode, inconscientemente, optar por características que facilitem futuros negócios. O mercado automobilístico brasileiro é repleto de exemplos desse comportamento, evidenciando um padrão conservador nas aquisições.
Carros não são apenas símbolos de status ou necessidade, mas investimentos. Com o tempo, surgem fatores que levam o comprador a considerar como será a revenda antes mesmo da aquisição. E, para isso, existem cinco evidências de como esse fenômeno se manifesta no dia a dia.
5 sinais de que compramos um carro pensando no próximo dono
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1. Tipo de combustível
A escolha do combustível é mais econômica do que ambiental. Com a chegada da tecnologia flex nos anos 2000, os veículos ganharam versatilidade. Entretanto, a eficiência poderia ser maior se os motores fossem dedicados a um único tipo de combustível.
2. Tipo de câmbio
Carros manuais, outrora dominantes, perderam espaço para os automáticos devido ao conforto oferecido. Hoje, o câmbio automático é quase uma necessidade, especialmente em áreas urbanas, em razão da demanda do mercado.
3. Tipo de carroceria
Os utilitários esportivos (SUVs) ganharam popularidade, substituindo outras categorias como peruas e sedãs médios. Contudo, questiona-se se todos realmente precisam de SUVs, dada sua eficiência reduzida e custo elevado.
4. Número de portas
No passado, carros de duas portas eram os favoritos dos brasileiros, mesmo para famílias. Modelos como Ford Belina e Chevrolet Caravan eram amplamente aceitos nessa configuração. Com o tempo, a preferência se inverteu, e as quatro portas tornaram-se padrão pela praticidade.
5. Escolha da cor
A variedade de cores nos lançamentos de carros diminuiu, com predomínio de tons neutros, como branco, prata e preto. Inseguranças sobre a revenda contribuem para a escolha dessas cores, mesmo que carros coloridos também possuam mercado.
No fim das contas, as decisões de compra de veículos ainda são influenciadas por preocupações futuras sobre revenda. Querendo ou não, muitos acabam escolhendo carros que atendem às expectativas do mercado, em vez de suas preferências pessoais.