Criminosos usavam Jeep Renegade como unidade móvel em ‘golpe das mensagens’

Esquema descoberto pelas autoridades de São Paulo envolvia o uso de um aparato eletrônico para a aplicação de golpes.

Quando a falta da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é o menor dos problemas em uma investigação policial, percebe-se que o esquema vai além de um crime de trânsito. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) descobriu uma tática criminosa que envolvia o uso de um Jeep Renegade como “unidade móvel do golpe”.

O motorista, um homem de 21 anos que não tinha habilitação para dirigir, foi flagrado pela Polícia Civil enquanto circulava na zona leste da capital paulista, tentando aplicar um golpe em condutores e passageiros de veículos próximos.

Segundo as autoridades, o suspeito carregava no carro alguns dispositivos tecnológicos capazes de interferir na frequência das operadoras telefônicas, interceptando a comunicação e derrubando a linha de celular. Também foram encontrados um computador, baterias e um aparelho transmissor de sinais.

Na unidade móvel de golpe, o notebook foi instalado no banco traseiro, e as baterias e a antena ficavam no porta-malas. Ele chegava a rodar 12 horas por dia pelas ruas em busca de novas vítimas.

Foto: Reprodução

Como funcionava o golpe?

O criminoso aproveitava os congestionamentos para aplicar o golpe em motoristas e passageiros que circulavam próximos a ele, a até cerca de cinco metros do veículo. Ele realizava um rastreamento e derrubava o sinal telefônico para disparar as mensagens fraudulentas.

As pessoas afetadas recebiam um link falso informando sobre pontos de um suposto cartão de crédito que poderiam ser convertidos em benefícios. Quando o usuário clicava no link e preenchia os dados solicitados, permitia o acesso dos criminosos ao seu celular e contas bancárias.

Nas investigações, a polícia descobriu que os golpistas chegavam a contatar as vítimas para solicitar mais informações pessoais e dar mais credibilidade ao esquema.

O motorista, preso em flagrante, recebia R$ 1.000 por semana para rodar pela cidade com o Jeep Renegade cheio de equipamentos, valor que era depositado na conta de sua namorada, uma adolescente de menor idade. Ele passou por audiência de custódia e responde em liberdade provisória enquanto a polícia prossegue com as investigações.

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