Decisão da Toyota sobre diversidade e inclusão gera polêmica nos EUA
Após campanha de Robby Starbuck, Toyota encerra programas de diversidade, equidade e inclusão nos EUA.
Em uma decisão que surpreendeu o cenário corporativo, a Toyota anunciou o fim de suas iniciativas de promoção à diversidade, equidade e inclusão (DEI) nos Estados Unidos. A decisão veio após intensa pressão liderada pelo ativista conservador Robby Starbuck, que criticou as políticas da empresa utilizando o termo “woke”.
A fábrica da empresa no Alabama tornou-se o epicentro de discussões quando a Starbucks iniciou uma campanha em 26 de setembro, pedindo à companhia que priorizasse seus negócios sobre a militância social.
Comentários negativos sobre as práticas internas da Toyota foram divulgados amplamente nas redes sociais, resultando em uma mudança de direção da corporação japonesa.
Campanha conservadora e a resposta da Toyota
No coração da polêmica está a acusação de Starbuck de que a Toyota estava envolvida em atividades que iam além de seus interesses comerciais. A empresa foi criticada por apoiar programas de diversidade que incluíam desde o financiamento de ONGs progressistas até o patrocínio de eventos LGBT+.
No dia 3 de outubro, a montadora anunciou oficialmente o encerramento de seus programas de DEI. O memorando foi enviado a mais de 50 mil funcionários e 1,5 mil concessionárias nos EUA, reafirmando o novo foco em eventos científicos e tecnológicos.
“Não patrocinaremos mais eventos culturais, como festivais e desfiles, que não estejam relacionados à educação STEM [ciência, tecnologia, engenharia e matemática] e à preparação da força de trabalho”, diz o documento.
Robby Starbuck elogiou a decisão, afirmando que a neutralidade corporativa é o caminho para o futuro.
Relação da Toyota com a comunidade LGBT+
A relação entre a Toyota e a comunidade LGBTQIA+ é antiga. Em 2007, o site GayWheels publicou uma lista dos 10 veículos mais buscados no site especializado em automóveis pelo público gay, e o Yaris foi o campeão por anos seguidos.
No Brasil, a fabricante criou cinco grupos de afinidades para desenvolver ações de diversidade e inclusão, incluindo um específico voltado para a população LGBT+. Cerca de 100 participantes se reuniram regularmente para discutir práticas e pontos de melhoria.
A filial brasileira ainda não informou se a decisão da unidade norte-americana será replicada por ela.