Desvalorização chocante: hatch da Fiat perde quase 30% do valor em 1 ano
Modelo apresenta a maior desvalorização entre os veículos populares no Brasil, perdendo 29,5% de valor em um ano, segundo a Tabela Fipe.
A desvalorização de carros tem se tornado um dos temas mais sensíveis para quem pretende comprar, trocar ou vender um veículo no Brasil.
Em um mercado cada vez mais competitivo, e fortemente impactado por oscilações de preço, incentivos temporários e mudanças constantes na demanda, entender quanto um modelo perde de valor após o primeiro ano de uso é essencial para evitar prejuízos.
E, segundo um levantamento recente da Tabela Fipe, o destaque negativo do momento é o Fiat Mobi, que registrou a maior queda de preço entre os automóveis mais vendidos do país.
Fiat Mobi: o campeão de desvalorização entre os mais vendidos

Fiat Mobi (Foto: Divulgação/Fiat)
Considerado há anos um dos modelos mais acessíveis da montadora italiana, o Fiat Mobi aparece no topo do ranking de carros que mais desvalorizaram após 12 meses de uso.
A versão Like, uma das mais procuradas pelos consumidores, apresentou queda média de 29,5%, um índice que chama atenção mesmo em um cenário automotivo volátil.
De acordo com o estudo, que comparou os valores de modelos zero-quilômetro (2025/2026) com seus equivalentes usados (2024/2025), os números revelam uma diferença expressiva:
- Fiat Mobi Like 0 km: R$ 80.990.
- Fiat Mobi usado (1 ano): R$ 57.081.
- Desvalorização: –29,5%.
O percentual é significativamente superior ao de concorrentes diretos e até mesmo ao de compactos mais completos e modernos, como mostram os dados:
- Fiat Mobi (Like)
Desvalorização média em 1 ano: –29,5%
- Chevrolet Onix (MT Turbo)
Desvalorização média em 1 ano: –22,6%
- Fiat Argo (1.0 MT)
Desvalorização média em 1 ano: –16,3%
- Hyundai HB20 (Comfort)
Desvalorização média em 1 ano: –15,9%
- Volkswagen Polo (Track)
Desvalorização média em 1 ano: –10,7%
Por que o Fiat Mobi desvalorizou tanto?
A perda acelerada de valor de um veículo não é fruto de um único fator, mas da combinação de aspectos que influenciam diretamente o mercado. No caso do Mobi, especialistas apontam alguns elementos decisivos:
1. Modelo de entrada e alta sensibilidade a preço
Carros de entrada, como o Fiat Mobi, são amplamente utilizados como porta de entrada no mercado automobilístico, o que os torna mais vulneráveis a promoções, descontos agressivos e políticas comerciais que derrubam o preço das versões zero quilômetro e, consequentemente, desvalorizam os usados.
2. Forte presença em frotas e locadoras
O Mobi é um dos veículos mais adotados por empresas e locadoras. Com ciclos de renovação rápidos, grandes lotes retornam ao mercado de usados ao mesmo tempo, aumentando a oferta e pressionando o valor de revenda para baixo.
3. Valor de reposição e concorrência acirrada
Mesmo com baixo custo de manutenção e bom consumo de combustível, o subcompacto enfrenta uma concorrência crescente de hatches compactos mais modernos, que oferecem equipamentos superiores por valores próximos.
O que o consumidor deve considerar antes de comprar um Mobi?
A alta taxa de desvalorização do Fiat Mobi serve como um alerta para quem planeja usar o veículo por pouco tempo. Para motoristas que pretendem revendê-lo entre um e três anos, a perda pode representar um prejuízo considerável no momento da troca.
Por outro lado, quem busca um carro econômico, fácil de manter e com foco no uso diário pode considerar o modelo, desde que esteja ciente do impacto financeiro a médio prazo.