Dispositivo anti-sono passa a ser obrigatório na Europa. Será que chega ao Brasil?

Para tentar reduzir o número de acidentes, vários países do bloco europeu tornam o sistema obrigatório em veículos novos.

Conforme determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), todos os carros saídos de fábrica a partir de 2014 devem possuir o sistema de freios ABS para serem vendidos no Brasil. As regras que estabelecem novos itens obrigatórios não são comuns apenas por aqui, mas também na Europa, onde uma nova lei acaba de ser aprovada.

A União Europeia determinou que todos os automóveis novos deverão vir de série equipados com um dispositivo para identificar fadiga e sono em motoristas com o intuito de alertá-los.

A tentativa é um esforço para evitar pelo menos 140 mil acidentes com ferimentos graves e preservar 25 mil vidas até 2038.
A longo prazo, com o avanço da redução no número de sinistros, a ideia é eliminar completamente as mortes de trânsito nos países do bloco até 2050.

Essa é uma meta ousada, considerando que cerca de 22,8 mil pessoas perderam a vida em acidentes no Velho Continente em 2019. Por outro lado, a missão tem se mostrado eficaz, já que o volume de fatalidades foi reduzido para 20,4 mil em 2023.

Tecnologia para detectar fadiga e sono

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O novo pacote de regulamentações do Euro NCAP reúne uma série de ações com foco em transformar o sistema rodoviário europeu. As normas também incluem a adição de soluções de assistência à velocidade, além de câmeras ou sensores para detecção de marcha-ré e sinais de paragem de emergência.

A tecnologia que identifica fadiga ao volante é a DDAW, sigla em inglês para ‘Alerta de Sonolência e Atenção do Motorista’, criada para alertar o condutor sobre os riscos de dirigir quando está cansado. Ela avalia o estado de alerta do condutor por meio da análise de dados do veículo e, quando necessário, emite um alerta de perigo.

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Segundo dados oficiais, de 15% a 20% dos acidentes graves ocorridos na Europa estão relacionados à fadiga ou sonolência.

Enquanto o bloco atua para reduzir esses números, os debates e ações aqui no Brasil não registram muito avanço.
Entidades como o Observatório Nacional de Segurança Viária e organismos públicos tentam conscientizar a população por meio de campanhas e ações educativas, mas não existe uma medida tão efetiva quanto a recente investida da Europa.

Cabe lembrar que o Brasil é o terceiro país com mais mortes no trânsito no mundo, tendo somado 31.174 óbitos em 2022, segundo a Organização Mundial da Saúde. Nossa nação perde apenas para Índia e China, que possuem populações na casa dos bilhões.

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