Eles vieram para agilizar, mas estão bagunçando: patinetes viram dor de cabeça no trânsito
Veículos são alvo de debate em grandes cidades do Brasil, entre a praticidade e o desrespeito às regras de trânsito.
Os patinetes elétricos estão transformando o cenário urbano nas grandes cidades do Brasil, gerando controvérsias sobre sua regulamentação. Vistos como solução rápida para deslocamentos, esses veículos também têm contribuído para a desordem no trânsito.
O Jornal Nacional, da TV Globo, destacou a experiência de Wallace Oliveira, que ilustra o uso dos patinetes para driblar a lentidão do tráfego. Como analista de redes, ele depende da agilidade para atender clientes em momentos de instabilidade na internet e, por isso, usa o equipamento para ganhar tempo.
Por outro lado, Eduarda Araújo, analista de marketing, substituiu o ônibus pelo patinete, aproveitando a praticidade do serviço de aluguel que permite estacionar perto do trabalho. Essa nova forma de locomoção reflete a crescente adesão nas grandes cidades.
Desafios e regulamentação dos patinetes nas grandes cidades
Apesar do aumento na utilização, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina restrições claras. Apenas maiores de 18 anos podem conduzir esses veículos, sendo proibida a sua circulação em avenidas e estradas, além de não permitir o tráfego nas calçadas ou o transporte de passageiros.
Especialistas destacam a importância da regulamentação e das campanhas educativas para um trânsito mais seguro. Uma possível sugestão é limitar o uso a ciclovias e ciclofaixas, separando os patinetes dos pedestres devido ao limite seguro de velocidade de 20 km/h.
A reportagem citou casos de desrespeito e medidas locais, como o de um patinete que foi registrado a 60 km/h em Salvador. Em Aracaju, 89 usuários foram bloqueados por condutas imprudentes, e em Paranaguá, no Paraná, um acidente fatal envolvendo um patinete foi registrado recentemente.
Educação como saída
Desde 2023, as empresas são obrigadas a educar seus condutores. Em Porto Alegre, a criação de um curso facilitou a adaptação dos usuários, e alguns compartilham experiências positivas ao superar o desequilíbrio inicial no uso do patinete.
O serviço é regulamentado em algumas cidades, como São Paulo, mas ainda é comum ver veículos nas calçadas transportando duas pessoas e furando o sinal vermelho.
A crescente popularidade dos patinetes elétricos desafia as cidades a equilibrarem inovação e segurança. Embora sejam uma solução eficaz para a micromobilidade, sua regulamentação e a educação dos usuários são cruciais para reduzir os riscos associados ao uso inadequado.