Enchentes no RS: retorno de 200 mil veículos com perda total ao mercado levanta preocupação

Consultoria estima que mais de 200 mil veículos seminovos e usados foram afetados pela água que cobriu várias cidades gaúchas.

Os estragos causados pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul afetaram os mais diversos setores, inclusive o automotivo. De acordo com estimativa da consultoria Bright Consulting, mais de 200 mil veículos seminovos e usados foram afetados pelas águas, além de mil automóveis zero-quilômetro.

O processo de reintrodução desses bens ao mercado tomará caminhos diferentes. Parte deles poderá voltar a rodar normalmente após recuperação, enquanto outros passarão por desmonte para o mero reaproveitamento de peças.

A Copart, companhia especializada em leilões de veículos danificados em catástrofes, já começou a armazenar os produtos que têm seguro em pátios montados em áreas secas. São quatro pátios na região de Porto Alegre e outros 16 em outras cidades gaúchas.

Pedidos de sinistro

Segundo Adiel Avelar, CEO da Copart, o plano para o retorno dos automóveis ao mercado funciona da seguinte maneira: “O segurado liga para a seguradora, que inicia o processo em contato com a Copart. Nós retiramos o veículo, levamos para análise em nossos pátios, onde o carro é higienizado e, depois, analisamos os danos.”

Após o pagamento da indenização ao usuário, o bem é transferido para a seguradora e classificado como de pequena, média ou grande monta. Essa última é conhecida como perda total, e os carros que recebem essa classificação vão parar nos centros de desmontagem credenciados pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

Os veículos com danos pequenos podem ser consertados para retornar às ruas. Já aqueles com danos médios precisam passar por uma inspeção para determinar a viabilidade de retorno.

Mais de 3 mil pedidos de sinistro foram recebidos até o momento, diz Avelar.

Como os carros voltam ao mercado?

Os automóveis segurados autorizados a circular são vendidos em leilões realizados pela Copart. “Os carros com danos pequenos ou médios podem ser uma boa oportunidade para compradores, desde que todas as inspeções e reparos necessários sejam feitos”, afirma o executivo.

O maior problema é a venda posterior de veículos diretamente para pessoas físicas, sem identificação do sinistro. Por isso, Avelar orienta o cliente que deseja comprar um carro particular a levar o produto a um mecânico de confiança para identificar possíveis danos, além de realizar uma vistoria cautelar antes de fechar negócio.

No caso dos automóveis sem identificação que forem deixados nas ruas e áreas públicas, a lei prevê o recolhimento para os pátios do Detran e a possibilidade de venda em leilões públicos, com a devida sinalização de sinistro.

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