Evite abastecer no dinheiro vivo para não cair no golpe do posto

Condições especiais para pagamento de combustível à vista podem acobertar fraudes operacionais de dois tipos.

O motorista passa perto de um posto de combustível e logo vê um banner com preços tentadores para pagamento à vista no dinheiro. Ele pensa um pouco, percebe que tem algumas notas na carteira e resolve aproveitar o que acha ser uma promoção incrível.

Porém, entidades do setor de combustível alertam que essas ofertas para pagamento em dinheiro em espécie podem ser golpe.

Até faz sentido o estabelecimento oferecer descontos para pagamento em moeda viva, uma vez que as operadoras das máquinas de cartão de crédito ou débito costumam cobrar taxas. A questão é que essa fraude de combustível gera um prejuízo estimado de R$ 29 bilhões por ano.

Segundo Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal, cerca de R$ 14 bilhões vêm da sonegação de impostos e os outros R$ 15 bilhões são gerados por fraudes operacionais.

“Essas fraudes operacionais podem ser de dois tipos: em relação à qualidade do produto [adulteração] ou à quantidade. Nesse último caso, a bomba registra uma quantidade de produto, mas – na prática – o consumidor leva menos. É muito comum que postos fraudulentos apliquem, até mesmo, os dois golpes ao mesmo tempo”, explica.

Crime organizado e adulteração

Os postos oferecem preços abaixo do mercado para atrair o consumidor, que acaba envolvido em um esquema do qual não tem conhecimento. “Nossa recomendação é de desconfiar de preço ‘milagroso’. A margem de lucro de um posto é de R$ 0,50 a R$ 0,55 por litro, não tem como ter muita diferença de preço entre um e outro”, alerta José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro.

“Promoção com pagamento em dinheiro, principalmente no fim de semana, quando a fiscalização é menor, pode ser cilada. É uma forma de dificultar a comprovação de onde você comprou o combustível problemático. Esse setor é um dos poucos em que ainda se paga mercadoria em dinheiro vivo, e isso atraiu o crime organizado, que usa postos para lavagem de dinheiro e outros crimes, como a fraude de combustível”, completa o presidente do Instituto Combustível Legal.

Kapaz também recomenda que o consumidor sempre exija a nota fiscal, mesmo quando pagar com cartão. Dessa forma, fica mais fácil comprovar que o produto foi adquirido naquele estabelecimento caso apareça algum problema.

“Se se sentir lesado por combustível de má qualidade, orientamos que entrem em contato com o Instituto Combustível Legal para fazermos a apuração”, finaliza o presidente da entidade.

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