Ford é multada em quase R$ 1 bilhão após colocar consumidores em risco; entenda o caso

Montadora enfrenta multa milionária nos EUA por demora em recall de câmeras de ré, destacando desafios de segurança automotiva.

A Ford foi surpreendida recentemente com uma multa significativa imposta pela National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), órgão regulador dos Estados Unidos. A penalidade, que totaliza US$ 165 milhões (cerca de R$ 950 milhões), foi aplicada devido à demora em iniciar uma campanha de recall.

Essa sanção representa a segunda maior já emitida pela entidade norte-americana, ficando atrás apenas da multa aplicada à Takata. A empresa enfrentou penalidades devido aos airbags defeituosos que resultaram em mais de 30 mortes, incluindo quatro no Brasil.

O recall da Ford envolve a substituição de câmeras de ré defeituosas em mais de 700 mil veículos na América do Norte. Destes, 620 mil estão nos Estados Unidos, com a determinação de correção feita em 2020.

Reconhecimento e medidas da Ford

Foto: Shutterstock

Apesar da penalidade severa, a Ford reconheceu a falha e se comprometeu a cumprir todas as exigências da NHTSA. A montadora planeja não apenas substituir as câmeras defeituosas gratuitamente para os clientes, mas também investir em tecnologias de rastreamento para prevenir futuros problemas.

A proposta inclui aprimorar os processos de abertura de recall para garantir maior agilidade. A intenção é fortalecer os esforços na identificação de veículos com possíveis defeitos de segurança, assegurando a proteção dos consumidores.

Histórico de negligência

Infelizmente, a negligência em questões de segurança não é novidade para a Ford. Nos anos 1970, a empresa já havia enfrentado críticas por não corrigir um grave defeito de projeto no modelo Pinto.

O hatch sofria de um problema estrutural que tornava o tanque de combustível vulnerável em colisões traseiras. Os executivos da época optaram por pagar indenizações ao invés de redesenhar o veículo.

Este episódio reforça a importância dos recalls para a segurança veicular. À agência Associated Press, a administradora adjunta da NHTSA, Sophie Shulman, destacou que as montadoras devem priorizar a segurança pública e cumprir suas obrigações legais.

Como o caso da Ford demonstra, falhas em atender adequadamente a essas exigências podem resultar em consequências financeiras e reputacionais significativas para as empresas automobilísticas.

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