Ford Ranger e Chevrolet S10 estão fora da mira dos bandidos. Por quê?

Picapes possuem equipamento que inibe a ação de criminosos, reduz o volume de crimes e torna o seguro mais acessível.

Mais de mil casos de roubos ou furtos de picapes foram registrados no estado de São Paulo entre janeiro de 2023 e março de 2024. O modelo mais visado é a Fiat Strada, a caminhonete mais vendida do Brasil, que somou 1.570 ocorrências no período analisado.

Em segundo lugar vem a Volkswagen Saveiro, com 1.223 sinistros, seguida da Toyota Hilux, com 1.036 casos relatados pelos proprietários.

Já a Chevrolet S10 e a Ford Ranger, concorrentes diretas da Hilux, chamam atenção pelo baixo volume de furtos e roubos: foram apenas 465 e 268, respectivamente, no período. Os números mostram que os dois modelos não estão na lista de prioridades dos bandidos, mas o que explica isso?

Ambas as picapes possuem uma tecnologia importante que reduz a busca por parte dos ladrões. Além disso, é importante mencionar que o volume de vendas, já que a Hilux teve 15 mil unidades vendidas em 2024, ao passo que as rivais não chegaram a 7,8 mil.

Voltando ao equipamento que aumenta a segurança, S10 e Ranger possuem sistemas avançados de comunicação e rastreamento que possibilitam o monitoramento em tempo real, o OnStar e o FordPass, respectivamente. Segundo a Chevrolet, a recuperação das picapes chega a 95% em caso de roubo.

“S10 e Ranger são picapes conectadas, ou seja, possuem rastreamento que pode ser feito rapidamente por meio de um aplicativo. Isso assusta os ladrões, pois a chance de recuperação do veículo é muito alta”, explica Rodrigo Boutti, diretor de operações da Sat Company.

O especialista detalha que os criminosos tendem a evitar essas picapes ao detectar a presença da tecla do OnStar ou de tecnologias similares, focando mais em veículos mais antigos ou de outras marcas sem o sistema de rastreamento.

Menos atraentes

Ainda de acordo com Boutti, um dos principais motivos para os roubos e furtos de picapes é a alta procura por peças. Esse tipo de veículo também atrai bandidos que realizam outros tipos de crimes, como contrabando de drogas e itens roubados.

No caso da Toyota Hilux, as ações criminosas são comuns, especialmente no interior de São Paulo, pois a falta de fiscalização em vias rurais facilita as ações dos bandidos. Eles costumam desmanchar essas Hilux em canaviais, utilizando vias de acesso com baixa fiscalização. Além disso, muitas dessas picapes são empregadas em atividades ilícitas, como o transporte de drogas e contrabando nas fronteiras com o Paraguai e a Bolívia, onde os veículos são emplacados e utilizados como carros normais”, acrescenta o executivo.

Contudo, a inclusão de tecnologias de rastreamento e a instalação de rastreadores adicionais pelos proprietários, que têm se tornado cada vez mais comum, está transformando o cenário.

“Hoje, proprietários de Hilux estão colocando rastreadores. Quando o equipamento se torna popular em uma cidade, os bandidos percebem e migram para outra. É por isso que o seguro é mais barato para veículos rastreáveis”, completa.

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