Garantia de moto: o que cobre, o que exclui e como reivindicar seus direitos

Entenda a garantia de motos no Brasil e o que você realmente pode exigir do fabricante.

No Brasil, a motocicleta frequentemente funciona como ferramenta de trabalho e realização pessoal. Por isso, entender a garantia evita gastos inesperados na oficina, uma vez que ajuda a planejar a manutenção e o uso diário.

A garantia do fabricante promete veículo livre de falhas de produção, porém não substitui o seguro nem cobre mau uso. Algumas ocorrências entram na cobertura, enquanto outras ficam de fora por regras claras.

Assim, ler o manual e o contrato com atenção torna-se essencial desde a compra.

O que a cobertura essencial inclui

A garantia padrão protege contra defeitos que surgem sem interferência do proprietário, desde que as revisões estejam em dia. Contudo, os termos variam conforme a marca e o modelo, portanto, confirme os limites quilométricos, prazos e exigências de manutenção preventiva.

Principais itens protegidos

  1. Motor e transmissão: a garantia cobre vazamentos e falhas internas, desde que a manutenção recomendada esteja cumprida.
  2. Elétrico e eletrônico: a cobertura inclui centralina, alternador e bateria original, desde que não haja instalação externa indevida.
  3. Peças com corrosão ou quebra sem causa aparente: a assistência troca componentes com falha prematura de material.
  4. Pintura em situações específicas: bolhas e descascamento de origem fabril podem receber reparo, salvo agentes externos.
  5. Itens de segurança: freios, suspensão e direção entram quando o defeito decorre de fabricação.

O que a garantia não cobre

A garantia não funciona como seguro total, pois exclui danos externos e usos indevidos. Além disso, alterações não homologadas e revisões ignoradas podem inviabilizar reparos. Portanto, siga o plano de manutenção e evite modificações.

Principais exclusões

  1. Roubo e furto: proteção somente via seguro específico, não pela garantia do fabricante.
  2. Acidentes e quedas: amassados, arranhões e quebras por colisões ficam a cargo do proprietário ou do seguro.
  3. Desgaste natural: pastilhas de freio, pneus, correias e embreagem saem do escopo por uso normal.
  4. Falta de manutenção: revisões fora do prazo invalidam a cobertura, mesmo em defeitos subsequentes.
  5. Modificações e acessórios não originais: peças não homologadas e reprogramações afetam a garantia dos componentes envolvidos.
  6. Uso inadequado: sobrecarga e off-road em motos urbanas anulam a proteção correspondente.
  7. Fatores externos: enchentes, incêndios não decorrentes de defeito e queda de objetos não entram na cobertura.

Direitos do consumidor e como agir

O CDC (Lei 8.078/1990) assegura garantias além do contrato do fabricante. Se um defeito recorrente persistir após três tentativas de reparo, você pode exigir troca do produto ou devolução do valor, conforme o caso.

A garantia legal assegura no mínimo três meses para vícios ocultos, mesmo após o término da garantia contratual. Portanto, registre as ocorrências com datas, fotografias, ordens de serviço e comunicados de recall, quando aplicável.

Passo a passo em caso de negativa

  • 1. Solicite laudo técnico por escrito detalhando a razão da recusa e o diagnóstico.
  • 2. Guarde comprovantes de revisões e notas de peças originais instaladas.
  • 3. Acione o PROCON com toda a documentação e, se necessário, procure o Juizado Especial.
  • 4. Não aceite negativa sem explicação técnica completa e fundamentada.

Com informação clara, você separa defeito de fabricação de desgaste ou mau uso. Consequentemente, acelera o atendimento na concessionária e aciona seus direitos quando necessário, mantendo a moto confiável e o orçamento sob controle.

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