Imprudência ou fatalidade: por que as mortes no trânsito estão aumentando no Brasil?

Dados revelam um aumento na mortalidade nas estradas brasileiras desde 2019, com concentração nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.

Nos últimos cinco anos, o Brasil tem testemunhado um aumento na mortalidade no trânsito. Desde 2019, o número de vidas perdidas nas vias públicas cresceu de forma preocupante, atingindo aproximadamente 34 mil óbitos em 2022, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Embora em 2022 tenha sido registrada uma redução desse número, com 31.174 mortes, o país ainda enfrenta um desafio.

Com uma população de 203 milhões de habitantes, o Brasil se posiciona em terceiro lugar no ranking mundial de mortes em acidentes de trânsito, conforme o relatório “Status Report on Road Safety” da Organização Mundial de Saúde (OMS). À frente, estão a Índia e a China, respectivamente.

Os motociclistas continuam sendo as principais vítimas, seguidos pelos ocupantes de automóveis e pedestres. A faixa etária mais afetada está entre 20 e 59 anos.

Principais causas

Entre as principais causas dos acidentes, está a negligência dos motoristas, conforme apontado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A falta de reação, muitas vezes ineficiente, contribui para tragédias que poderiam ser evitáveis.

Desatenção à sinalização, falta de distância de segurança, distrações com dispositivos eletrônicos e fadiga ao volante estão entre os fatores que ampliam o risco nas estradas.

A combinação letal de álcool e direção também configura uma das principais causas de acidentes fatais. Em 2021, segundo dados do Ministério da Saúde, 10.887 vidas foram perdidas devido a essa irresponsabilidade, representando uma média de 1,2 óbito por hora.

Cidades com alto índice de acidentes

O aumento na mortalidade no trânsito brasileiro está concentrado principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Estados como Mato Grosso, Roraima, Rondônia e Amapá registram um crescimento mais acentuado no número de óbitos.

Embora tenha havido um período de estabilidade nos estados nordestinos, o cenário permanece desafiador, com taxas de mortalidade ainda elevadas. A frota de veículos nessas regiões tem aumentado recentemente.

A solução

A chave para reduzir os acidentes e mortes nas estradas está na educação. Davi Duarte, presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito, destaca a importância desse aspecto para promover comportamentos seguros entre os condutores.

A educação é fundamental para fornecer informações, conscientizar e sensibilizar as pessoas a adotarem comportamentos corretos e seguros. Ela ensina desde como atravessar a pista até como reconhecer a velocidade e a fragilidade dos outros usuários das vias. No Brasil, temos falhado nisso”, afirma Duarte.

Para evitar óbitos em acidentes, aqui estão algumas dicas essenciais:

  • Use sempre o cinto de segurança;
  • Respeite os limites de velocidade;
  • Evite o uso do celular enquanto dirige;
  • Faça manutenção regular em seu veículo;
  • Mantenha uma distância segura do carro à frente;
  • Mantenha as mãos ao volante;
  • Dirija com máxima atenção e cuidado;
  • Seja cauteloso ao realizar ultrapassagens;
  • Não dirija se estiver sem condições físicas ou emocionais adequadas.

Seguir essas orientações não apenas protege a sua vida, mas também a de todos os que compartilham as estradas conosco. A educação no trânsito é uma responsabilidade de todos nós e é o primeiro passo para construir um ambiente viário mais seguro e harmonioso.

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