Jovens em SC: modificação em BMW pode ter sido fatal para os ocupantes
Em caso recente que chocou o país, quatro jovens foram encontrados mortos dentro de um BMW em Balneário Camboriú (SC).
A notícia da morte de quatro jovens dentro de um BMW 320i em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, chocou o Brasil no dia 1º de janeiro. A Polícia Civil segue investigando a causa dos óbitos, mas a suspeita é que a tragédia tenha sido causada por uma modificação no veículo.
Essa alteração nas configurações originais do carro é relativamente comum e popular, o que aumenta ainda mais a preocupação das autoridades.
As apurações indicam que os jovens, que permaneceram por cerca de quatro horas dentro do automóvel com o motor e o ar-condicionado ligados, podem ter sido intoxicados por monóxido de carbono resultante da queima do combustível. O motorista estacionou o veículo na rodoviária da cidade enquanto o grupo esperava outra pessoa.
O monóxido de carbono é produzido na queima de combustível rico em carbono, como gasolina, madeira, carvão e folhas. Por não ter cheiro e possuir característica asfixiante, a exposição a ele pode levar a óbito.
Modificação são perigosas
O delegado do caso, Bruno Effori, afirmou em entrevista que um vazamento identificado entre o motor e o painel do veículo pode ter permitido a entrada do monóxido de carbono no sistema de ar-condicionado, asfixiando acidentalmente as vítimas que estavam na cabine do BMW. Esse vazamento pode ter sido causado por uma modificação no escapamento que resultou no desencaixe de uma tubulação.
“Essa é nossa principal linha de investigação, uma fatalidade, um acidente em virtude de uma customização que esse carro passou dias atrás, especificamente em relação ao escape do veículo”, afirmou o delegado.
A BMW afirmou em nota que lamenta as mortes e que não há registro de casos semelhantes envolvendo o mesmo modelo com as especificações originais de fábrica. “O BMW Group Brasil está à disposição das autoridades para esclarecimentos”, disse a empresa.
Especialistas alertam que a instalação incorreta de peças ou soldas defeituosas durante modificações inadequadas podem ocasionar vazamentos dos gases de escape, que contêm substâncias tóxicas potencialmente fatais.
“Para aumentar o ronco e o desempenho do motor, muitos alteram a configuração original do sistema de escape e – o isso pode motivar sérios problemas de segurança”, explica Erwin Franieck, presidente do instituto de pesquisa SAE4Mobility.
O engenheiro acrescente que esse tipo de trabalho é complexo e deve ser feito por profissionais altamente qualificados. “Hoje em dia, não há mais ninguém que mexa sozinho em veículos como esse. É uma complexidade muito alta, um serviço que pode dar muito errado”, completa.