Manutenção dos elétricos é mesmo até 50% mais barata? A verdade que não te contam

Saiba por que os elétricos quase não vão para a oficina.

A transição para a mobilidade elétrica está transformando não apenas o jeito de dirigir, mas também a forma como cuidamos dos veículos.

À medida que carros elétricos e carros híbridos se tornam cada vez mais populares no Brasil, cresce a dúvida sobre como funciona a manutenção automotiva desses modelos, e se ela é realmente até 50% mais barata, como muitos fabricantes afirmam.

Para esclarecer esse cenário, especialistas de marcas como BYD e BMW revelaram como os cuidados evoluíram, quais peças deixam de existir e por que esses veículos passam muito menos tempo na oficina.

O que realmente muda na manutenção de carros elétricos e híbridos?

A chegada dos veículos eletrificados redefiniu completamente o conceito de manutenção preventiva. Segundo Caroline Rocha, Gerente Regional de Pós-Venda da Osten Motors, praticamente tudo muda quando comparamos EVs e híbridos aos modelos a combustão.

Os carros 100% elétricos possuem muito menos componentes mecânicos sujeitos a desgaste, o que reduz tanto o custo como a frequência das revisões.

Itens tradicionalmente trocados em carros a combustão, como óleo do motor, velas, correias, filtros específicos e até partes do sistema de arrefecimento, simplesmente não existem no conjunto elétrico. Isso gera economia direta e ainda diminui o tempo de permanência na concessionária.

Segundo Rocha, as despesas podem ser até 50% menores, e a periodicidade das revisões também é mais espaçada, o que ajuda o proprietário a economizar tempo e dinheiro.

BYD: revisões mais longas e foco em simplicidade

Foto: Shutterstock

Entre as marcas que mais avançam no país, a BYD se destaca por adotar um cronograma de revisões significativamente ampliado.

Conforme explica Eduardo Santos, Gerente de Pós-Vendas da BYD Osten, os modelos elétricos da marca exigem muito menos atenção mecânica e passam, em média, apenas 2,5 horas na oficina. Observe na sequência:

Modelos 100% elétricos (Dolphin, Yuan, Seal)

  • Revisões a cada 20.000 km ou 12 meses
  • Revisões ímpares: troca do filtro do ar-condicionado
  • Revisões pares: inclui troca de fluido de freio e fluído de transmissão

Modelos híbridos (Song, King, Shark)

  • Revisões a cada 12.000 km ou 12 meses
  • Tempo de serviço semelhante ao de um carro tradicional
  • Mais itens inspecionados por combinar motor elétrico e motor a combustão

A diferença entre EVs e híbridos é clara: quanto mais simples o conjunto mecânico, menor o custo.

BMW: manutenção baseada no uso real do motorista

Foto: iStock

Se a BYD aposta em cronograma fixo, a BMW segue outro caminho. Para seus modelos híbridos e elétricos, a marca utiliza o Condition Based Service (CBS), um sistema inteligente que avalia o uso do carro e determina a hora exata da próxima revisão.

Segundo Marcelo Tavares, Gerente de Pós-Vendas da BMW Osten, dois proprietários do mesmo modelo podem receber alertas de revisão em momentos completamente diferentes. Tudo depende do tipo de trajeto, trânsito e intensidade de uso. Veja:

  • Elétricos BMW: revisões, em média, a cada 2 anos
  • Híbridos BMW: inspeção aproximadamente 1 vez por ano

Motoristas que rodam longos trechos em modo elétrico conseguem aumentar a vida útil do motor a combustão — e o próprio software ajusta a manutenção conforme esse comportamento.

A maior dificuldade dos donos? Não é o motor é o software

Um ponto curioso relatado pela Osten Motors é que os proprietários raramente voltam à concessionária por problemas mecânicos.

Na prática, a maior parte das visitas se deve a dúvidas sobre o software, já que muitos modelos eletrificados funcionam de maneira similar a um smartphone sobre rodas.

Explicações sobre funções do ar-condicionado, comportamento das luzes, travamento automático ou recursos ocultos são, hoje, as demandas mais comuns.

A manutenção elétrica é mais simples e muito mais barata

Os carros elétricos e carros híbridos representam uma revolução silenciosa na manutenção automotiva. Com menos peças, revisões mais longas e tecnologia avançada, o consumidor ganha em economia, tempo e confiabilidade.

E, com a crescente adoção no Brasil, entender esses cuidados se torna essencial para quem busca eficiência e custo-benefício no dia a dia.

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