Montadoras mudam as regras e tentam vender ao motorista o que já é dele

A onda das assinaturas, que passou dos streamings para os carros, está deixando proprietários confusos (e revoltados).

Assinatura aqui, assinatura ali, nunca se ouviu falar tanto na palavra “assinatura” como atualmente. O que era para operar apenas em serviços de streaming, agora também se aplica em recursos extras para donos de veículos.

Algumas dessas funcionalidades vêm acopladas ao carro, mas para acioná-las, o condutor deverá pagar uma taxa extra, decisão que tem deixado clientes com o pé atrás. O que era oferecido como benefício para o carro, agora é preciso desembolsar um valor extra para usufruir. Será essa a nova tendência?

Montadoras e a onda das assinaturas

Assinaturas estão populares atualmente; contudo, quando se trata de automóveis, essa prática acaba se tornando polêmica. O motivo é o seguinte: por que cobrar recursos do consumidor que já pagou caro por um veículo? O mais revoltante para alguns motoristas é que, muitas vezes, a função já vem nas configurações do automóvel, mas, para que ela funcione, é preciso pagar um valor extra.

Podemos citar como exemplo a BMW, que começou a cobrar a assinatura mensal do aquecimento dos bancos. A função, bastante útil em lugares mais frios, começou a ser cobrada separadamente do proprietário do veículo, na faixa dos US$ 18, ou R$ 92, na cotação atual. A medida, no entanto, foi cancelada.

A discussão gira em torno da necessidade da cobrança: se os serviços já estão no carro, por que não disponibilizá-los gratuitamente ao dono do veículo? Diferentemente de equipamentos e acessórios acoplados, válidos para a vida toda, estes podem exigir um custo maior de peças e aumentar o valor do produto final, porém, de forma justificável.

No caso da BMW, não foi apenas a função de aquecimento dos assentos que gerou polêmica; a empresa cobra pela suspensão adaptativa M 18 libras ou R$ 116, segundo o site britânico da montadora. Por outro lado, é possível ativar a função de forma definitiva, pagando 395 libras, o que é mais “barato”.

BMW X1 (Foto: Divulgação BMW)

BMW não é a única

A BMW não é a única fabricante a utilizar o recurso das assinaturas. A Audi, por exemplo, também pode cobrar dos clientes quantias extras para desbloquear faróis adaptativos, além do estacionamento automático. Segundo especialistas, o objetivo é aumentar as receitas sem gerar muitos custos.

A Tesla também entrou na lista das montadoras que cobram assinaturas dos clientes. Para acionar o Autopilot mais sofisticado, função que já vem instalada no automóvel, o proprietário precisa pagar uma assinatura mensal de US$ 99, aproximadamente R$ 504, na cotação atual.

Por fim, em fabricantes nacionais, serviços como Wi-Fi a bordo, por exemplo, também representam esses custos extras para o cliente, o que não deveria acontecer. No caso do Chevrolet OnStar, app de serviços da montadora para recursos inteligentes do carro, o valor chega a R$ 134,90 por mês ou R$ 1.349 anuais, com dois meses grátis. Não está fácil para ninguém!

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