Mudança na Argentina pode encarecer preço dos carros no Brasil
Uma alíquota de 7,5% para produtos importados na Argentina pode causar aumento do preço dos carros no Brasil.
Os grandes fabricantes de carros no Brasil estão expressando preocupação a Argentina. A introdução de um novo imposto, chamado “Para uma Argentina Inclusiva e Solidária” (PAIS) apresenta uma alíquota de 7,5% para produtos importados. A taxa abrange inclusive os automóveis originários do Brasil, que possuem acordo de venda com o país.
Esse cenário está gerando um desequilíbrio na balança comercial do setor. Isto ocorre porque os veículos produzidos na Argentina e importados para o Brasil não estão sujeitos a impostos de importação. A regra foi implantada em acordo comercial do Mercosul.
Além disso, não incorrem em tributações sobre a importação de componentes quando o destino final do produto é a exportação.
No país vizinho, após vários dias de incerteza e vendas paralisadas, causadas pela desvalorização que atinge todos os carros, as montadoras começaram a encomendar preços 0km para que as concessionárias tenham um quadro de referência para retomar as operações.
Com as novas tabelas de preços, algumas comunicadas publicamente e outras tratadas internamente apenas nos pontos de venda, a verdade é que todos os segmentos tiveram aumentos, cada um com percentagens diferentes.
Novos preços
A primeira tabela de preços atualizada foi a da Volkswagen, que na segunda-feira decidiu suspender a venda de 0km e aumentou em 20% o serviço e peças de reposição. Os aumentos são muito díspares dependendo do segmento.
No caso do veículo mais barato da linha, o Polo Track, passou de US$ 7.152.500 para US$ 7.724.700, ou seja, 8%. Já as versões mais equipadas praticamente não mudaram de preço, como o Virtus, que tem todas as versões limitadas a 8.390.000 pesos.
Vendas nas concessionárias paradas e sem preços
Apesar de algumas marcas terem começado a divulgar os novos preços, a incerteza reina nos salões de vendas.
Os veículos de fabricação nacional que já valorizaram estão em um contexto mais claro e, embora também tenham peças importadas, é mais fácil projetar sua evolução. Porém, nos importados do Brasil, a incerteza é total.
O problema é que não há importações e, se há unidades em estoque, ninguém quer vendê-las. As empresas preferem esperar que o mercado estabilize para que haja previsões melhores e mais claras.
A consequência direta destas semanas de crise será sentida nas patentes, e muitos vendedores já antecipam uma queda inesperada nas vendas que, se prolongada, afetará os resultados no final do ano.