O PESADELO voltou! Crise dos chips ameaça travar a produção da Volkswagen no Brasil

A Volkswagen enfrenta escassez crítica de semicondutores devido a tensões políticas entre EUA e China, comprometendo sua produção na Europa.

A crise dos semicondutores voltou a assombrar a indústria automotiva global e, desta vez, com um componente político ainda mais preocupante.

A Volkswagen (VW), uma das maiores montadoras da Europa, admitiu estar diante de um risco iminente de paralisação em suas linhas de produção por causa da escassez de chips Nexperia, essenciais para o funcionamento elétrico de seus veículos.

Segundo o grupo, os estoques atuais só garantem o funcionamento das fábricas “até o final da próxima semana”, colocando em risco a produção de modelos como Volkswagen Golf, Tiguan, Touran e Tayron.

O alerta acendeu um sinal vermelho no setor automotivo europeu e reforçou a dependência crítica de insumos tecnológicos vindos da Ásia.

Uma crise política com impacto industrial

Diferente da escassez global que afetou o setor entre 2021 e 2023, a atual crise dos chips não tem origem na falta de matéria-prima, mas em uma disputa geopolítica entre Estados Unidos, China e Holanda.

A empresa Nexperia, de origem holandesa, é controlada por capital chinês e produz semicondutores considerados “simples”, mas fundamentais para os sistemas elétricos de praticamente todas as grandes montadoras europeias.

Recentemente, o governo holandês, sob influência da política de contenção tecnológica dos EUA, decidiu intervir na empresa, alegando preocupações com propriedade intelectual e segurança nacional.

Como resposta, a China suspendeu as exportações desses componentes, provocando um efeito dominó nas cadeias de produção de veículos no continente.

Volkswagen confirma risco de paralisação

Foto: Shutterstock

Durante uma conferência de resultados financeiros, Arno Antlitz, diretor financeiro do Grupo Volkswagen, confirmou a gravidade da situação.

“Estamos avaliando a situação dia após dia. O que podemos garantir é suprimento até o final da próxima semana”, afirmou.

A paralisação já começou a afetar a principal fábrica da VW, em Wolfsburg, onde o Volkswagen Golf teve sua produção temporariamente interrompida.

Segundo o executivo, outros modelos também podem ser impactados nos próximos dias, caso o fornecimento não seja retomado.

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) também manifestou preocupação, alertando que diversas montadoras já se preparam para paradas de produção iminentes.

Corrida por fornecedores alternativos

Ciente do impacto econômico e reputacional, a Volkswagen tenta agir rapidamente. A montadora confirmou que está buscando fornecedores alternativos para minimizar o prejuízo e evitar um colapso total das linhas de montagem.

“Não podemos ficar parados. Estamos buscando fontes alternativas e, até agora, conseguimos evitar uma paralisação completa”, explicou Antlitz.

Apesar da tentativa de contornar a crise, o executivo reconheceu que a solução definitiva depende de negociações políticas entre os governos envolvidos.

Uma crise que vai além da Volkswagen

O caso da VW é apenas a ponta do iceberg de um problema que ameaça toda a indústria automotiva europeia. Sem uma resolução diplomática, a produção de veículos elétricos e híbridos, que depende fortemente de chips, pode sofrer atrasos significativos, impactando tanto o mercado europeu quanto as exportações globais.

A “crise dos chips 2.0” mostra que a dependência tecnológica e as tensões entre potências mundiais podem paralisar indústrias inteiras, mesmo em tempos de alta demanda e inovação.

Portanto, para o setor automotivo, o alerta está dado: a segurança produtiva agora é também uma questão geopolítica.

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