Parece bom negócio, mas é bom ter cuidado: vale a pena comprar um carro sinistrado?
Análise detalha riscos e oportunidades na compra de veículos sinistrados, destacando critérios de avaliação e regulamentações.
A compra de carros sinistrados tem chamado a atenção de muitos brasileiros, apresentando-se como uma possibilidade atraente devido ao preço reduzido. No entanto, essa prática envolve riscos consideráveis que devem ser cuidadosamente avaliados pelos interessados.
Veículos sinistrados são frequentemente adquiridos por leilões de seguradoras ou oficinas para recuperação ou desmontagem. Compradores atraídos pelo preço, que pode ser até 50% menor do que o de um carro novo, precisam estar cientes das condições e regulamentações que cercam este mercado.
A Resolução 810/2020 do Contran classifica os carros sinistrados em três categorias: pequena, média e grande monta. Essas classificações são baseadas na extensão dos danos, variando de estéticos a estruturais.
Classificação e regulamentação dos sinistros
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O agente de trânsito é o responsável por determinar a categoria do sinistro no momento do acidente. Saiba mais sobre as categorias.
- Pequena monta
Carros com danos superficiais e algumas partes mecânicas comprometidas são classificados como pequena monta. Esses veículos podem ser reparados com facilidade, não necessitando de registros permanentes na documentação.
- Média monta
Os veículos que sofreram danos estruturais mais severos precisam de inspeção de segurança e registro no Detran como “média monta”. A documentação deve incluir o Certificado de Segurança Veicular (CSV) para que possam voltar a circular.
- Grande monta
Os conhecidos como ‘perda total’ são aqueles em que os danos ultrapassam 75% do valor do carro. Eles são retirados de circulação e vendidos para desmontagem e venda de peças.
Cuidados na compra de veículos sinistrados
Adquirir um carro sinistrado de média monta pode ser arriscado, e a regra de comprar sem poder testar o veículo aumenta as chances de dificuldades futuras. Ademais, é importante estar atento à complexidade de avaliar a extensão dos danos apenas visualmente.
Especialistas recomendam que compradores façam uma vistoria detalhada, idealmente acompanhados por um mecânico de confiança. A soma do preço de compra e dos custos de reparo deve ser inferior ao valor médio dos carros usados no mercado.
Impacto no seguro e documentação
Os registros de sinistro permanecem no Certificado de Registro do Veículo (CRV) de forma definitiva para veículos de média monta. Algumas seguradoras exigem vistoria minuciosa antes de oferecer apólice, muitas vezes estabelecendo valores de cobertura abaixo da tabela Fipe.
Portanto, para que a aquisição de um carro sinistrado seja realmente um bom negócio, é essencial realizar uma análise aprofundada do veículo e conhecer as regulamentações vigentes. Assim, é possível evitar surpresas indesejadas e fazer um investimento seguro.