Petrobras fará reajuste no preço da gasolina para mininizar defasagem? Prates responde

Presidente da estatal afirma que não tem intenção de aumentar o valor, apesar da diferença em relação ao mercado internacional.

A Petrobras não tem intenção de reajustar o preço da gasolina neste momento, mesmo com a defasagem próxima de 21% em relação às cotações internacionais. A afirmação é do presidente da empresa estatal, Jean Paul Prates, que enfrenta pressões pelo aumento.

Segundo o executivo, a petroleira continua acompanhando de perto o mercado, que apresenta forte volatilidade desde o agravamento dos conflitos no Oriente Médio. Em um primeiro momento, o preço do barril de petróleo atingiu US$ 90, depois baixou, mas agora disparou novamente.

Junto a isso, está o câmbio elevado, que aumenta a defasagem e gera ainda mais pressão para a Petrobras. Na abertura do mercado na última quinta-feira (18), o preço praticado nas refinarias da empresa estava R$ 0,71 abaixo da paridade de importação, segundo a Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis). Na quarta, o valor chegou a R$ 0,85 por litro.

Contudo, após o ataque de Israel ao Irã na noite de quinta, o preço do barril de petróleo voltou a subir. O tipo Brent alcançou US$ 90,45 às 23h50 (horário de Brasília), com uma alta de 3,34% em relação ao fechamento do mercado.

A Petrobras não utiliza apenas paridade de importação como parâmetro em sua nova política de preços para os combustíveis. Implementado no início do governo Lula, o novo modelo considera outros critérios, mas o indicador ainda é uma referência importante.

Petrobras evita repasses

Analistas do banco Itaú BBA destacaram em relatório recente que a “Petrobras sempre evitou ajustes rápidos para não repassar ao consumidor doméstico a volatilidade do mercado internacional”.

Contudo, a defasagem já se arrasta por duas semanas e acabou resultando no fechamento das janelas de importação de produtos por empresas privadas. Nesse ínterim, o etanol tem sido vendido a um valor competitivo para atenuar a demanda por gasolina.

A situação divide o conselho da Petrobras. Alguns integrantes pedem por mudança, enquanto outros acreditam que o valor atual está de acordo com a política comercial da empresa.

Os preços da gasolina vendida pela Petrobras não passam por reajustes há quase seis meses. O último aumento foi registrado no dia 20 de outubro de 2023, quando o combustível recuou R$ 0,12 por litro, na esteira da queda internacional do petróleo.

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