Placas com iniciais I e J estão se tornando o pesadelo das lojas; veja o motivo

Algo parecido aconteceu em 2005, após a passagem do avassalador furacão Katrina em Nova Orleans, nos Estados Unidos.

O Rio Grande do Sul viveu nos últimos meses momentos de desespero com as enchentes que devastaram diversos municípios do estado. Entre as perdas dos moradores, proprietários com placas registradas pelas iniciais I e J sofrem com o estigma de que seus veículos tenham sido danificados por alagamento.

Ao todo, a frota veicular do Rio Grande do Sul chega a 2,8 milhões de carros. Desse total, 7,1% dos veículos do estado, o equivalente a 200 mil unidades, ficaram submersos durante as enchentes. O prejuízo está estimado em R$ 8 bilhões.

Placas com I e J sofrem estigma no RS

Mas, apesar da pequena porcentagem de carros atingidos pela força das águas, ainda existe o estigma sobre os carros do estado, que é identificado pelas placas veiculares. Isso ocorre porque cada estado possui um conjunto de sequências de três letras para a identificação dos veículos, atribuição dada pelo Renavam.

Portanto, no Rio Grande do Sul, as sequências variam de IAQ a JDO, o que pode gerar dúvidas em relação ao estado de conservação dos automóveis com as iniciais I e J.

Vale dizer que este fenômeno não é algo inédito. Algo parecido aconteceu em 2005, após a passagem do avassalador furacão Katrina por Nova Orleans, nos Estados Unidos. Meses após o ocorrido, veículos com placas locais carregavam o estigma de que dariam defeito no futuro e muitos compradores evitavam as compras.

Foto: PhotoSM/Shutterstock

Confiança abalada

O mesmo que aconteceu em Nova Orleans está se repetindo no Rio Grande do Sul, onde a desconfiança no mercado de veículos do estado segue abalada. Diante desse cenário, donos de carros no RS podem encontrar obstáculos na hora de vender seus automóveis, além do pesadelo da desvalorização.

A grande questão é que apenas 7,1% da frota de veículos ficou submersa; no entanto, o preço está sendo pago por proprietários de outros veículos que não passaram pelo mesmo. A situação acaba se agravando devido à baixa cobertura de seguro ou à total ausência dela. Somente 15% dos veículos afetados no estado tinham seguro contra enchentes.

Frente a esse problema, muitos proprietários se veem diante de um impasse. De um lado, aqueles que tiveram seus veículos danificados e estão sem a devida compensação; e de outro, os donos de veículos que não foram afetados, mas que sofrem no mercado com o estigma das placas.

Neste caso, compradores mais desconfiados podem solicitar uma vistoria do veículo. O procedimento ajuda a identificar sinais de danos por alagamento que podem não ser evidentes para a grande maioria das pessoas. Ter um laudo sobre a condição do veículo é fundamental para auxiliar na compra e na revenda.

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