Por aqui não cola! Locadoras estão fugindo dos carros elétricos

Mesmo diante de um mercado em expansão, as locadoras de carro estão encontrando dificuldades para expandir sua frota de carros elétricos.

Enquanto a venda de carros elétricos cresce, impulsionada por incentivos governamentais e pela preferência de alguns consumidores, as locadoras de veículos demonstram relutância em adotar essa tecnologia.

Diversos desafios explicam essa “fuga”, tais como a desvalorização acelerada, a manutenção cara, a falta de estrutura de recarga e o perfil do cliente que busca praticidade.

Os desafios para as locadoras

Casos como a venda de 1/3 da frota de carros elétricos da Hertz (grupo americano de locação de veículos) e o cancelamento do pedido da Sixt (maior locadora da Europa) para carros da Tesla evidenciam as dificuldades enfrentadas pelas locadoras.

No Brasil, a situação se repete: apenas 657 de 1,5 milhão de carros nas locadoras são elétricos, e a entrada de carros elétricos chineses mais acessíveis aumenta a incerteza sobre sua desvalorização no mercado de usados.

O alto custo de produção e a rápida evolução tecnológica dos carros elétricos contribuem para sua desvalorização acelerada no mercado de usados. Essa desvalorização é ainda mais acentuada em países como os Estados Unidos, onde o governo oferece subsídios para a compra de carros elétricos novos, impactando negativamente o valor dos usados.

Reparos em caso de colisões podem ser extremamente caros para os carros elétricos, especialmente devido ao alto custo das peças e da mão de obra especializada. Esse, inclusive, foi um dos motivos citados pela Hertz em relação à atitude que tomou.

Além disso, o perfil do cliente contribui para esta recusa. A maioria das pessoas ainda não está familiarizada com a tecnologia, o que, aliado à falta de infraestrutura adequada e de fácil acesso para pontos de recarga, contribui para a falta de espaço dos elétricos nas locadoras.

Locação a longo prazo

Na locação a longo prazo, o cenário é mais otimista, principalmente quando o cliente possui sua estrutura de carregamento própria, é o que pontua Paulo Miguel Junior, vice-presidente da Abla (Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis).

Observo que, tanto no Brasil quanto no mundo, eles têm funcionado principalmente em contratos de locação de longo prazo, nos quais os usuários possuem seus próprios pontos de recarga.

No entanto, na locação diária, os desafios aumentam, pois muitos locatários buscam esses veículos para experiências curtas, sem compreender completamente os métodos ideais de recarga, dependendo, por vezes, de pontos públicos nem sempre eficientes, e ainda utilizando-os de forma a descobrir ou abusar do veículo, razão pela qual o alto número de sinistros dos carros elétricos e seus custos de reparo foram mencionados pela Hertz.

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