Por que poucos carros conseguem 18 km/l com etanol?

Consumo recorde de 18 km/l com etanol se torna cada vez mais desafiador, apesar de ser tecnicamente possível com avanços específicos na engenharia automotiva. Entenda!

A busca por eficiência no uso de etanol como combustível em veículos automotivos enfrenta obstáculos significativos. Em 1982, a Volkswagen demonstrou que era possível atingir 18,32 km/l em um torneio realizado em São Paulo. Desde então, diversos fatores tecnológicos e ambientais têm se interposto nesse caminho.

O evento reuniu 520 taxistas, que percorreram 37,2 km no “Torneio de Economia VW Gol a Álcool”, enfrentando 85% do percurso em vias urbanas. Na época, a eficiência energética do álcool era de 85% em relação à gasolina, mas hoje caiu para 70%, em parte devido a mudanças normativas e tecnológicas.

Engenheiros mecânicos explicam que a evolução dos motores e a introdução do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) transformaram o cenário do etanol no Brasil.

Por que é tão difícil rodar 18 km/l com etanol?

As mudanças nas regulamentações ambientais nas últimas décadas impactaram diretamente no consumo de etanol. Com a adoção de catalisadores e a busca por reduzir emissões, a eficiência do etanol foi comprometida. A mistura ar-etanol teve de ser ajustada, aumentando o consumo.

Essa mudança foi crucial para o funcionamento adequado dos catalisadores, que exigiram ajustes na relação entre ar e combustível, tornando a mistura mais rica, como já ocorria com a gasolina.

Foto: Shutterstock

Desafios dos motores flexíveis

A introdução dos motores flexíveis também contribuiu para a redução na eficiência do etanol. O álcool, que se beneficia de taxas de compressão mais altas, vê seu potencial limitado em motores ajustados para operar com ambos os combustíveis.

A indústria automotiva buscou alternativas, como o desenvolvimento de motores 100% a etanol, um projeto que prometia reduzir a diferença de consumo em relação aos motores a gasolina. No entanto, o projeto foi abandonado devido à resistência do mercado e aos desafios de produção.

O especialista conclui que, embora um motor dedicado ao etanol possa alcançar até 80% da eficiência da gasolina, a realidade atual de motores flexíveis e normas ambientais ainda limita seu potencial máximo, que outrora se aproximava de 85%.

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