Proprietários denunciam: Corolla flex só aceita gasolina no tanque

Segundo relatos de proprietários do Corolla e do Corolla Cross, modelos andam com dificuldade quando abastecidos com etanol.

Vendidos como carros flex, com a capacidade de funcionar com mais de um tipo de combustível, o Toyota Corolla e o Corolla Cross têm gerado muita dor de cabeça para os proprietários. De acordo com relatos de donos desses dois modelos, eles não funcionam bem quando abastecidos com etanol.

Os motoristas se queixam da dificuldade de dar partida ou “engasgos” no motor. Para evitar essas falhas, a saída é encher o tanque exclusivamente com gasolina.

Esses relatos podem ser encontrados nas redes sociais, no site especializado em reclamações Reclame Aqui e até em grupos específicos de proprietários de Corolla. Quase todos têm o mesmo tema e mostram que muitas pessoas seguem o mesmo caminho para tentar resolver o problema: vão até a concessionária.

Na loja da marca, o funcionário sugere a limpeza dos bicos injetores de combustível ou a substituição completa do componente, que custam R$ 1 mil e R$ 10 mil, respectivamente. O dono, coitado, ainda tem que ouvir que o defeito é resultado do uso de combustível de má qualidade.

Comprei um Corolla 2023 com 9.600 km, carro novo, mas depois da primeira revisão, começou a dar muita dor de cabeça. O carro começou a apresentar problemas na partida – às vezes, a partida está prolongada e há um cheiro muito forte de combustível. Além disso, quando paro no sinal, o carro apresenta oscilação. Para minha surpresa, a concessionária identificou o problema e informou que eram os bicos injetores, e que não estava coberto pela garantia, pois a causa do mau funcionamento dos bicos seria o abastecimento do veículo com combustível de má qualidade”, relata um proprietário em entrevista ao UOL Carros.

Montadora já admitiu erro

Em meados de 2022, a Toyota chegou a informar que “desde o lançamento dos motores 2.0 com injeção direta no Corolla 2020, estamos evoluindo na melhoria da peça e do diagnóstico dos sintomas relacionados à injeção desta motorização para melhor atender ao mercado brasileiro”. Enviado às concessionárias, o texto afirma que os novos componentes entraram na linha de produção em janeiro daquele mesmo ano.

“Através do acompanhamento do diagnóstico, foi confirmado em alguns casos que a qualidade do combustível presente no veículo era a causadora do sintoma”, disse. Ou seja, essa não seria a responsável pelo problema em todos os casos.

Segundo o engenheiro mecânico André De Maria, problemas em bicos e outros componentes do sistema de injeção sempre apontam para combustíveis de má qualidade, problema que é mais recorrente com etanol do que com gasolina.

“Dois ou três tanques de etanol são suficientes para detonar o sistema”, afirma o especialista.

Em resposta aos casos citados, a Toyota informou que identificou que todos eles estão relacionados com a qualidade do combustível. “Os clientes que nos contataram foram prontamente atendidos”, completou.

*Com informações do UOL Carros.

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