Prova de qualidade? Por que montadoras estão apostando em garantias mais longas
Entenda os motivos que levaram as montadoras a estender o seguro de muitos modelos comercializados no Brasil.
Na hora de escolher um carro, muitas pessoas acabam optando por um modelo zero km na expectativa de ter mais tranquilidade, uma vez que as chances de problemas mecânicos são baixas. Por esse motivo, muitos motoristas aceitam pagar um pouco mais caro para ser o primeiro dono do veículo, mesmo sabendo da desvalorização imediata após sair da loja.
Contudo, essa realidade tem se tornado um pesadelo para muitos. Isso porque os relatos de defeitos crônicos em veículos com poucos anos de uso aumentaram consideravelmente. Esse desgaste é tanto, que a pesquisa por “principais defeitos”, por exemplo, se tornou tão comum quanto a busca por informações mecânicas de um determinado modelo.
Montadoras
Como forma de tentar consertar a situação, trazendo mais confiabilidade para o motorista, muitas montadoras estão aumentando a garantia de fábrica. Os tradicionais dois anos de garantia estão sendo estendidos para até seis.
Os relatos de carros novos com defeitos são frequentes. É o caso de Luiz Resende, professor universitário e que teve um veículo com defeito grave apenas um mês após o fim da garantia de seu carro. No total, o conserto na concessionária ficaria metade do valor de um modelo idêntico novo.
“Já sabia que o modelo do meu carro tinha problema no trocador de calor, mas achava que não ia acontecer comigo. Até que parou de funcionar assim que a garantia acabou. O preço do reparo era quase R$ 50 mil. Foi um trauma. Consertei em uma oficina paralela e troquei por um veículo com cinco anos de garantia. Esse virou o pré-requisito principal pra mim”, avaliou em entrevista ao UOL.
Usados
Esse aumento do tempo de garantia pelas concessionárias acabou gerando um novo segmento: o mercado dos modelos usados, mas que ainda são contemplados pela garantia de fábrica. Isso acontece porque, na prática, muitas pessoas compram um modelo com cinco anos de proteção, mas acabam vendendo antes do término desse prazo para comprarem outro carro zero quilômetro.
Apesar de parecer um mercado tentador, é preciso seguir atento. Isso porque, muitas vezes, a garantia oferecida não tem cobertura para todas as peças do carro. Nesse sentido, é comum, por exemplo, que a proteção dos vidros dure meses, em contrapartida, a do motor pode chegar a anos de cobertura contra panes.
Portanto, antes de realizar a compra, o ideal é verificar o manual do fabricante e observar todos os prazos de garantia. Outro detalhe que necessita verificação é se a política da montadora permite a manutenção da garantia após a venda do veículo.
Garantia
Vale lembrar, contudo, que apesar de a garantia estendida estar ganhando mais adeptos, a política não é tão recente assim. O Renault Logan, por exemplo, quando foi lançado já trazia um prazo de três anos de garantia. Esta foi a forma encontrada pela montadora para transmitir segurança aos compradores.
Na mesma linha, o Hyundai HB20 também chegou ao mercado com cinco anos de garantia. Hoje, BYD, Caoa Chery, GWM, Hyundai, Kia, Lexus, Mitsubishi e Toyota já trabalham com o período de cinco anos de garantia para todos os seus modelos.
Já outras marcas, como a Ford, por exemplo, oferecem a garantia de cinco anos para modelos específicos, como a Ranger. Na mesma linha, a Nissan passou para seis anos o período de proteção da Frontier.
*Com informações de UOL Carros