Sem chance: Ford reconhece que não há concorrência contra chineses

Jim Farley alerta que a indústria automotiva enfrenta forte competição da China em carros elétricos.

Jim Farley, CEO da Ford, alertou para a intensidade da corrida global pelos carros elétricos, afirmando que Tesla, General Motors e a própria Ford ainda não estão preparadas para enfrentar a concorrência chinesa.

Para ele, essa disputa não é apenas comercial, mas definirá o futuro de toda a indústria automotiva.

Farley destaca que a China combina tecnologia avançada, custos menores e inovação acelerada, colocando suas marcas em vantagem. Empresas como Huawei e Xiaomi fazem parte do ecossistema embarcado, integrando a vida digital dos usuários de forma automatizada e eficiente.

O país já produz cerca de 70% de todos os veículos elétricos do mundo, consolidando uma assimetria competitiva que desafia fabricantes tradicionais. Segundo o CEO, entender e reagir a esse cenário será crucial para qualquer empresa que queira manter relevância no setor global.

Panorama competitivo atual

O executivo atribui a vantagem chinesa ao apoio governamental, à escala industrial e aos custos muito competitivos.

Ele relatou várias viagens à China no ano passado, nas quais conduziu um Xiaomi SU7 e o adotou como carro diário por meses na América do Norte. E assumiu:

“A tecnologia deles é muito superior. Huawei e Xiaomi estão integrados em todos os carros: você entra e sua vida digital se conecta automaticamente ao veículo.”

Na visão de Farley, Tesla, General Motors e Ford ainda não alcançam o patamar chinês. Segundo ele, a China é o “gorila de 800 kg da indústria do carro elétrico” e “não há competição real”. Caso essa disputa seja perdida, ele alertou que a Ford pode não sobreviver.

Alerta e movimentações na indústria

O alerta não começou agora. Em 2023, Bill Ford, presidente da companhia, reconheceu que as montadoras americanas não estavam prontas para a expansão chinesa. Desde então, ele destacou o crescimento veloz, a produção em larga escala e a ofensiva exportadora, defendendo uma preparação imediata.

Essa assimetria levou a União Europeia a impor tarifas protecionistas no ano passado contra veículos elétricos chineses. Segundo Bruxelas, a medida respondeu a subsídios considerados injustos.

Contudo, o movimento também expôs a dependência ocidental de uma cadeia de suprimentos dominada pelos chineses.

Para o mercado, o recado é inequívoco: a corrida por software, baterias e custos decidirá os vencedores. Assim, Tesla, General Motors e Ford precisam acelerar seus portfólios e eficiência.

A declaração de Jim Farley sintetiza a encruzilhada da indústria. Se os Estados Unidos não reagirem com velocidade e escala, a China seguirá impondo o ritmo, e a relevância de ícones tradicionais poderá encolher em um horizonte próximo.

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