Suspensão invertida é superior à convencional. O que explica isso?
Vantagens da tecnologia, que vem se tornando cada vez mais popular, superam seus eventuais pontos fracos.
O universo das motocicletas vem se modernizando, assim como o dos carros, e muitas tecnologias surgiram nos últimos anos para beneficiar os condutores de veículos de duas rodas. Uma delas é a suspensão USD, sigla que significa “Upside Down”, ou “invertida” na tradução para o português.
Esse sistema de amortecimento dianteiro era usado exclusivamente em motos de alto desempenho, mas tem se popularizado e hoje já equipa modelos de média e baixa cilindrada que circulam pelas ruas do país. Alguns exemplos de motos com suspensão dianteira invertida são as Bajaj Dominar (160, 200 e 400) e todos os modelos da Zontes. Esses veículos custam a partir de R$ 17 mil no Brasil, mas o preço pode chegar a R$ 40 mil.
A pergunta é: se todas essas motocicletas foram feitas para uso comum dos motoristas e nenhuma delas tem a pretensão de baixar o tempo nas pistas, por que adotar esse sistema?
Suspensão invertida e convencional
O primeiro ponto é explicar como funciona uma suspensão de garfo telescópico convencional. Esse sistema possui uma “bengala” de cada lado da roda dianteira, com tubos formados por molas na parte mais curta e fina superior (o êmbolo), atrelada às três pontas nas mesas inferior e superior. Já na parte inferior (“canelas”), mais comprida e grossa, abriga o conjunto hidráulico de amortecedor, fixado diretamente na roda.
A suspensão invertida recebe esse nome justamente porque as canelas, que seguram a parte mais pesada do conjunto, são as que estão fixadas triplamente em cada mesa. Os êmbolos, onde estão as molas, ficam parafusados à roda.
Uma das primeiras vantagens do sistema investido está ligada ao esforço da suspensão dianteira durante o mergulho em uma frenagem. Considerando que a parte mais pesada do sistema está mais presa ao chassi, o efeito do mergulho ao acionar o freio dianteiro torna-se mais controlado nos quesitos de rigidez e curso.
Outra questão é que a suspensão invertida reduz a massa não suspensa da moto. Enquanto no sistema convencional essa massa é composta por pneu, roda, disco, pastilha e amortecedor, o aparato hidráulico do amortecedor (que é mais pesado) fica sob maior controle da suspensão no outro modelo.Essa configuração aumenta as possibilidades de ajuste da ciclística da moto e amplia a previsibilidade e a controlabilidade de sua dinâmica.
Em resumo, a suspensão invertida reduz o efeito do mergulho da moto em frenagens e diminui sua massa não suspensa. Por outro lado, ela tem manutenção mais complexa e é menos eficaz em caso de vazamentos.