Tendência ou piada? Entregas por drone avançam pouco em uma década
Programa da Amazon para permitir entregas feitas por drones é reduzido a tarefas bem menores que o planejado.
A Amazon anunciou há uma década a criação de um programa para viabilizar a entrega de mercadorias por drones. Lançados de uma central, os objetos flutuariam pelo céu até os destinatários de forma rápida, inovadora e sem os empecilhos do trânsito das grandes cidades.
Na época, o fundador Jeff Bezos afirmou: “sei que parece ficção científica, mas não é”. Segundo ele, os drones estariam prontos para “iniciar as operações comerciais assim que as regulamentações necessárias estiverem estabelecidas”, provavelmente em 2015.
Em 2023, o que vemos é um cenário bem diferente do que previu a empresa. A entrega por drone é uma realidade observada nas proximidades de College Station, no Texas, mas suas atividades bastante reduzidas estão aquém das promessas de Bezzos.
Perdendo lugar para projetos mais recentes e urgentes, a operação se restringe à distribuição de brindes. Os equipamentos são usados para transportar produtos como sopa enlatada com salsicha italiana da Campbell’s ou pastilhas antissépticas bucais Listerine, cada uma de uma vez, como brindes para os consumidores.
Após anos de trabalho de cientistas de ponta e especialistas, o programa virou alvo de piada. “Ter ideias é fácil. Difícil é transformá-las em realidade. Implantá-las em grande escala é ainda mais complicado”, diz Rodney Brooks, crítico do setor de robótica.
Segundo a Amazon, as entregas por drone vão chegar ao Reino Unido, à Itália e a outra cidade dos EUA até o fim de 2024.
Limitações
Entre os obstáculos a serem transpostos pela empresa está o peso do produto, que não pode exceder 2 quilos, além de seu tamanho, que também tem limite. O objeto não pode ser frágil, já que é lançado a uma altura de aproximadamente 3,5 metros pelo dispositivo. Além disso, somente um item é entregue por vez.
Outro problema são as condições climáticas. O drone não pode fazer entregas quando está muito calor, ventando demais ou chovendo forte.
O comprador precisa estar no local para colocar o alvo de pouso no lugar onde a entrega será feita e seu carro não pode estar na entrada da casa. Se preferir deixar o equipamento pousar no seu quintal, não pode haver árvores.
Para piorar, o serviço de entrega por drones fica indisponível durante períodos de alta demanda. Mesmo com todos os problemas, a Amazon segue afirmando que a tecnologia vai melhorar nos próximos anos.