Tinta antirradar é o novo golpe dos motoristas para evitar multas – será que é crime?
Meio utilizado para burlar a identificação das placas dos carros consiste na aplicação de uma tinta sobre a chapa.
O que não falta no mercado são produtos para burlar a fiscalização de trânsito e impedir a identificação da placa do veículo. As opções vão desde equipamentos que giram a chapa para esconder os caracteres até a mais nova invenção dos golpistas: a tinta antirradar.
O produto é utilizado para impedir a medição da velocidade pelos radares, sobretudo os portáteis do tipo “pistola”, que usam laser e são apontados em direção ao carro.
Como funciona o golpe
A tinta aplicada sobre a placa promete tornar inviável a identificação dos caracteres quando feita por câmeras infravermelhas de radares ou dispositivos de leitura. Para prejudicar o funcionamento adequado do equipamento de fiscalização, o fabricante explica que ela deve ser aplicada em todas as partes do veículo que refletem a luz.
Para que a pistola a laser calcule a velocidade do veículo, a luz deve ser refletida de volta para ela. Por isso, a polícia tem como alvo as áreas mais reflexivas do veículo, que normalmente são a placa dianteira, os faróis ou, talvez, uma grade frontal brilhante”, detalha a empresa.
“Cobri-las com nosso produto tornará seu veículo menos reflexivo, o que tornará mais difícil para a arma laser calcular sua velocidade. Quanto mais escura for a cor do seu carro, mais eficaz será, e isso pode dar a você de cinco a dez segundos preciosos para reduzir sua velocidade e evitar uma multa”, acrescenta.
Não é difícil encontrar a tinta antirradar à venda em sites internacionais de comércio eletrônico que enviam para o Brasil. O kit enviado pelos vendedores também inclui os pincéis para a aplicação do produto.
Porém, o preço é salgado e pode chegar a R$ 600, sem considerar os impostos de importação. Dessa forma, o item tem menos apelo do que outros itens usados com a mesma finalidade, como sprays, géis e adesivos que impedem a leitura dos radares de trânsito.
Adulterar identificador é crime
O advogado Marco Fabrício Vieira, membro da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), lembra os motoristas de que adulterar os sinais identificadores do veículo, como a placa, é uma conduta criminosa que pode resultar em prisão.
O uso de qualquer material para induzir a leitura de um caractere por outro, mediante uso de adesivo, tinta ou remoção parcial da pintura, é infração gravíssima, conforme o Inciso I do Artigo 230 do CTB [Código de Trânsito Brasileiro], alerta.