Toyota: donos de carro com tecnologia avançada se revoltam e processam a marca

Proprietários do novo sedã movido a hidrogênio acusam a montadora de propaganda enganosa após problemas com abastecimento.

A Toyota está envolvida em uma polêmica relacionada ao Mirai, um sedã movido a hidrogênio (FCEV) que foi apresentado como uma opção mais limpa e sem emissões de carbono. Os proprietários do modelo ‘sustentável’ acusam a montadora de propaganda enganosa após uma experiência decepcionante com ele.

Segundo os donos, a marca teve uma “conduta ilegal” ao vender o veículo a hidrogênio dizendo que o abastecimento seria tão fácil quanto o de um carro com motor a gasolina. Quem comprou o Mirai acreditando nessa promessa tem enfrentado muita frustração no seu uso diário.

Problemas no abastecimento

Foto: Divulgação/Toyota

Na ação coletiva movida contra a montadora, um grupo de proprietários e locatários reclama de um problema de disponibilidade de hidrogênio, que fica indisponível por dias nos postos de abastecimento. Para piorar, a Shell anunciou o fechamento de 55 postos da substância na Califórnia.

Outra questão que gera reclamações é o preço do combustível. Nos últimos dois anos, o hidrogênio teve um aumento de 200%, e o valor médio do quilo passou de U$ 12 (cerca de R$ 67) para U$ 36 (R$ 200).

Cabe lembrar que a Toyota ofereceu de “brinde” aos compradores do Mirai um cartão de abastecimento com US$ 15 mil de saldo (cerca de R$ 84 mil) para garantir tanque cheio por pelo menos cinco anos. Além da questão do aumento do preço, o “vale” não é aceito na maioria dos postos.

A situação é ainda mais grave devido a uma falha que causa o congelamento das bombas. Os usuários relatam que o bico congela após o abastecimento de forma que o motorista precisa esperar cerca de 30 minutos para desconectar a mangueira com segurança.

Autonomia mentirosa

Além de todas as dificuldades mencionadas, os proprietários do modelo acusam a montadora de fabricar dados em relação à autonomia do carro. O Mirai Limited tem alcance declarado de 575 km, enquanto a versão topo de linha, XLE, entrega 675 km.

Na prática, quem dirige o automóvel afirma que as marcas são até 160 km menores, ficando em torno de 415 km na variante Limited.

Todas essas dificuldades levaram os usuários a dizer que o Mirai é ‘praticamente inutilizável para o dia a dia’ e que frequentemente precisam usar outros meios de transporte ou até contratar guinchos.

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