Transformando emissões em soluções: como o CO₂ pode se tornar combustível do futuro?

Cientistas se uniram e conseguiram transformar o C02 em metanol, um combustível verde, usando luz solar e cobre.

Em uma pesquisa promissora para o futuro dos combustíveis verdes, uma equipe internacional de cientistas conseguiu transformar CO₂ em metanol usando apenas luz solar e cobre. O estudo, publicado na revista Sustainable Energy & Fuels, abre caminho para a criação de combustíveis ecológicos e renováveis.

Os cientistas das Universidades de Nottingham, Birmingham, Queensland e Ulm, na Inglaterra, desenvolveram um material fotocatalisador feito de cobre ancorado em nitreto de carbono nanocristalino. A estrutura nanocristalina permite que os elétrons se movam do nitreto de carbono para o CO₂, possibilitando a produção de metanol sob a luz solar.

O material utilizado no estudo é composto por átomos de cobre aninhados em uma estrutura nanocristalina de nitreto de carbono. A luz solar incide sobre o material, “excitando” os elétrons e permitindo que eles se movam do nitreto de carbono para o CO₂. Essa interação gera metanol, um combustível verde considerado uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis.

Processo inovador

Tara LeMercier, estudante de Ph.D. que realizou o trabalho experimental na Escola de Química da Universidade de Nottingham (Inglaterra), conta um pouco mais sobre como ocorreu o processo.

“Medimos a corrente gerada pela luz e a usamos como critério para julgar a qualidade do catalisador. Mesmo sem cobre, a nova forma de nitreto de carbono é 44 vezes mais ativa que o nitreto de carbono tradicional. No entanto, para nossa surpresa, a adição de apenas 1 mg de cobre por 1 g de nitreto de carbono quadruplicou esta eficiência. Mais importante ainda, a seletividade mudou do metano, outro gás de efeito estufa, para o metanol, um combustível verde valioso.”

Já Andrei Khlobystov, professor da Escola de Química da Universidade de Nottingham (Inglaterra), ressaltou a importância de alternativas sustentáveis.

“A valorização do dióxido de carbono é a chave para alcançar a ambição de líquido zero do Reino Unido. É de vital importância garantir a sustentabilidade de nossos materiais catalisadores para esta importante reação. A grande vantagem do novo catalisador é que ele consiste em elementos sustentáveis – carbono, nitrogênio e cobre – todos altamente abundantes em nosso planeta”, disse.

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