Vale a pena? Para eliminar botões, montadoras criam problema de segurança nos carros

Cada vez mais automóveis modernos chegam ao mercado com poucos botões físicos e mais comandos virtuais na central multimídia.

A digitalização é um processo que chegou ao mercado automotivo há bons anos, mas tem atingido um ponto questionável recentemente. A luta das montadoras para eliminar os botões da cabine e concentrar as funções em uma tela pode ser observada até nos modelos de entrada.

Essa tendência de fazer o painel do carro virar um tablet ou smartphone tomou conta da indústria. Em 2023, o Tesla Model Y foi o carro mais vendido do mundo com sua cabine bem minimalista, sem botões e com as funções reunidas em uma grande tela central de comando.

A marca de Elon Musk é queridinha entre os jovens norte-americanos, especialmente os mais conectados que amam tecnologias de automação. Longe desse público, essa falta excessiva de itens analógicos começa a incomodar.

Retrocesso com cara de futuro

Um exemplo de mudança que parece interessante, mas é um retrocesso, pode ser visto no Volkswagen ID.4. A montadora reduziu de quatro para dois o número de botões para a abertura dos vidros, deixando apenas um para os traseiros e outro para os dianteiros.

Outras marcas retiraram os botões do volante e colocaram os sensíveis ao toque, algo meio inútil. A questão é que a tentativa de eliminar os itens físicos provoca problemas de usabilidade, especialmente para os consumidores mais velhos e/ou menos acostumados aos comandos por telas.

Frequentemente, essa obsessão também pode se tornar uma falha de segurança.Ao concentrar tudo em uma tela, as marcas obrigam o motorista a perder tempo procurando, por exemplo, o recurso para mudar a temperatura do ar-condicionado. O ponto aqui não é apenas o tempo perdido nesse processo, mas a distração, uma causa bem comum de acidentes.

O ideal é que ao menos as funções mais simples e de uso recorrente, como o ar-condicionado, sejam de fácil acesso para que o motorista não tenha que desviar seus olhos da pista. Se a montadora insiste em usar uma tela multimídia, esses recursos ao menos devem estar na página principal.

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