Fique ligado! Oficinas lucram alto com kits contra defeitos crônicos de carros

Entenda como oficinas mecânicas ganham dinheiro com pacotes de conversão para resolver problemas que não são resolvidos pelas marcas.

Todos os anos, montadoras de veículos realizam dezenas de recalls para corrigir falhas encontradas em seus projetos e oferecem o reparo gratuito aos proprietários. Outros problemas crônicos, entretanto, não são cobertos por essas convocações oficiais.

Nesse cenário, uma forma encontrada pelas oficinas para teoricamente corrigir essas falhas e lucrar é a venda e a instalação de kits contra defeitos crônicos.

As soluções envolvidas nessa prática são diversas, com preços que variam de R$ 3,7 mil a R$ 12 mil, e ajudaram a prevenir defeitos que podem custar até quatro vezes mais do que os reparos comuns e individuais.

Como funcionam os kits contra defeitos crônicos

Foto: Shutterstock

Um problema famoso é o do câmbio PowerShift, presente em carros como EcoSport, Fiesta e Focus vendidos entre 2013 e 2018. Apesar de a Ford nunca ter realizado um recall do sistema, ele gera inúmeras queixas de perda de potência e travamento.

A marca ampliou a garantia do Módulo Eletrônico de Controle de Transmissão (TCM) para 10 anos, mas os consumidores afirmam que a medida foi insuficiente.

Para atender à demanda de proprietários que sofrem com a transmissão, o especialista Paulo Dilmar, dono de uma oficina em Porto Alegre, oferece a substituição da caixa por uma manual.

“Quando esses câmbios falham, eles travam as rodas e deixam o motorista parado no meio da rua. É uma experiência terrível. Por isso, muitos proprietários preferem trocar a caixa por uma manual”, conta Dilmar.

No perfil de Instagram “profdicaixa”, ele explica que os mais problemáticos são PowerShift (Ford), Dualogic (Fiat), I-motion (Volkswagen), Easytronic (Chevrolet) e Easy-R (Renault). O serviço custa entre R$ 5 mil e R$ 12 mil, mas previne prejuízos de até R$ 20 mil.

Soluções de espalham por outros componentes

Outro que faz sucesso no mercado é o kit para resolver o problema no trocador de calor do câmbio AISIN TF72 – AT 6, que equipa modelos como Fiat Toro, Argo, Pulse, Cronos e Fastback, além dos Jeep Renegade, Compass e Commander flex.

“Já existiam kits de trocador de calor externo para carros de performance. Adaptei uma proposta semelhante para resolver os problemas dos veículos da Stellantis, criando uma solução que o fabricante não ofereceu”, diz.

Os preços variam de R$ 3.900 a R$ 6.900, já inclusos a instalação e a troca de fluidos.

Já Ronald Funari, da Funari Automotiva, tem a solução para os problemas com a bomba de alta pressão CP4 da Bosch, usada em Volkswagen Amarok e Jeep Grand Cherokee com ano/modelo entre 2010 e 2021. O componente enfrenta desgaste prematuro e pode danificar o sistema de combustível.

A peça que redireciona as limalhas para o tanque de combustível custa R$ 3.700, sem a mão de obra profissional. Também é possível converter para a bomba CP3, que sai por R$ 6.500. Ambas as soluções previnem gastos de até R$ 50 mil.

*Com informações do UOL Carros.

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