Etanol vai ficar no lugar do diesel?

Potencial do etanol para substituir o diesel é explorado pela indústria de pesados no Brasil, com avanços significativos em pesquisas e desenvolvimento de motores adaptados.

O Brasil avança em sua jornada rumo à descarbonização, explorando o etanol como alternativa ao diesel. Com estudos promissores em andamento, a indústria de pesados busca integrar este biocombustível em motores que tradicionalmente utilizam combustíveis fósseis. A iniciativa, além de sustentável, visa transformar a matriz energética nacional. Além disso, destacou-se a apresentação de um motor movido exclusivamente a etanol na Fenatran, em novembro.

O esforço nacional, amplamente apresentado no G20, tem como objetivo reduzir a dependência do petróleo. Com isso, o país busca não apenas reduzir as emissões locais, mas também contribuir para a descarbonização global. No entanto, os desafios associados aos custos para os motoristas e às exigências técnicas para aplicação do biocombustível são significativos.

Pesquisas e desenvolvimento

Foto: Shutterstock

  • Motores bi-fuel e biocombustível

O desenvolvimento de motores bi-fuel, que utilizam diesel e etanol simultaneamente, está em andamento. Este conceito visa principalmente grandes motores usados em mineração e geração de energia. A ideia é que o etanol componha até 70% da mistura de combustível. Além disso, caminhões de 24 toneladas já utilizam experimentalmente uma combinação entre 30% e 70% de etanol e diesel.

  • Transporte marítimo e o papel do etanol

O transporte marítimo, responsável por 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, também se beneficia do etanol. O metanol tem sido uma solução viável, permitindo que o etanol participe na redução das emissões dos cerca de cem mil navios do mundo.

Avanços da Cummins na Fenatran

Durante a Fenatran, a Cummins apresentou um motor movido exclusivamente a etanol, projetado originalmente nos EUA e adaptado no Brasil. O motor E80, com potência de 330 cv, demonstra o potencial do etanol no transporte rodoviário. Esta tecnologia, com injeção direta e alta compressão, reflete os avanços no setor.

Além dos motores movidos a etanol, a Cummins explora a adaptação de motores para outros combustíveis, como hidrogênio e gás natural. Com empresas como a Vale liderando esse movimento, o futuro dos biocombustíveis no Brasil parece promissor. Caminhões e locomotivas podem, em breve, operar de forma mais sustentável.

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