Carro no Brasil não é barato: 3 peças que mais quebram e custam caro
Descubra os componentes automotivos que mais exigem atenção e pesam no bolso dos motoristas brasileiros em 2025.
Manter um carro no Brasil é, sem dúvidas, um desafio financeiro. Além de combustível, seguro e impostos, os reparos mecânicos representam uma das maiores dores de cabeça para motoristas.
Oficinas especializadas e mecânicos independentes apontam que alguns componentes automotivos apresentam falhas recorrentes, exigindo manutenção cara e, muitas vezes, repetida ao longo da vida útil do veículo.
Um levantamento recente, baseado em oficinas credenciadas, relatórios de associações do setor e registros de consumidores, revela os três componentes de carro que mais dão defeito em 2025 e que mais pesam no bolso de quem depende do automóvel diariamente.
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1. Câmbio automático (CVT, DSG, Powershift e 9 marchas da Jeep)
O câmbio automático é um dos sonhos de consumo dos brasileiros, mas também um dos maiores vilões quando o assunto é manutenção de carro.
Oficinas especializadas relatam falhas frequentes em transmissões modernas, principalmente em modelos equipados com tecnologias recentes.
Problemas mais comuns por tipo de câmbio:
- CVT (Nissan Kicks, Honda HR-V, Toyota Corolla antigos): trancos, superaquecimento e desgaste prematuro das correias.
- DSG (Volkswagen): falhas em embreagens e módulo mecatrônico; reparos podem ultrapassar R$ 15 mil.
- Powershift (Ford Focus, Fiesta, EcoSport): alvo de recall, continua entre os mais reclamados.
- Câmbio automático de 9 marchas (Jeep Renegade, Compass): trancos e necessidade de substituições precoces.
- Impacto financeiro: reparos completos variam entre R$ 8 mil e R$ 25 mil, dependendo do modelo. Muitos motoristas optam por vender o carro após o primeiro defeito grave.
2. Sistema de arrefecimento (radiador, bomba d’água e válvula termostática)
O sistema de arrefecimento é essencial para controlar a temperatura do motor e evitar danos graves. Oficinas alertam que falhas nesse sistema são comuns em modelos populares e SUVs, muitas vezes causadas por manutenção negligenciada ou defeitos de projeto.
Principais falhas:
- Radiador entupido ou furado, principalmente em veículos que circulam em estradas de terra ou trânsito intenso.
- Bomba d’água defeituosa, provocando superaquecimento.
- Válvula termostática travada, impedindo a circulação adequada do líquido de arrefecimento.
- Consequências: problemas não detectados podem fundir o motor, gerando prejuízos que ultrapassam facilmente R$ 10 mil.
3. Suspensão dianteira (amortecedores, buchas e bandejas)
A suspensão dianteira é outro ponto crítico, principalmente em cidades brasileiras com ruas esburacadas.
Peças mais vulneráveis:
- Amortecedores dianteiros: eficiência reduzida a cada 40 mil km.
- Buchas e coxins: desgaste prematuro em condições urbanas severas.
- Bandejas e pivôs: cedem com impactos constantes em buracos.
Relatos de oficinas: em SUVs compactos como Jeep Renegade, Renault Duster e Nissan Kicks, pacotes completos de reparo podem custar entre R$ 2 mil e R$ 5 mil.
Em carros populares, como Fiat Argo e Chevrolet Onix, os valores são menores, mas ainda impactam o bolso do motorista.
Por que esses componentes falham tanto?
Especialistas apontam três motivos principais:
- Projetos cada vez mais complexos: câmbios automáticos modernos e motores downsizing exigem peças delicadas e manutenção precisa.
- Uso severo no Brasil: trânsito intenso, calor, combustível de baixa qualidade e ruas mal conservadas aceleram o desgaste.
- Negligência na manutenção preventiva: motoristas ignoram revisões, usam peças paralelas ou continuam rodando com problemas até a quebra total.
Como reduzir riscos e evitar prejuízos
Oficinas recomendam medidas simples para prolongar a vida útil desses componentes automotivos:
- Trocar o fluido do câmbio automático a cada 40 a 60 mil km, mesmo que a montadora diga “lifetime”.
- Verificar nível e qualidade do líquido de arrefecimento a cada revisão.
- Substituir amortecedores e buchas preventivamente, sem esperar ruídos ou perda de estabilidade.
Esses cuidados, embora aparentemente caros no curto prazo, economizam milhares em reparos futuros.
O peso no bolso do motorista brasileiro
Estudos de associações de reparadores mostram que cerca de 40% das grandes despesas de manutenção automotiva estão ligadas a câmbio automático, sistema de arrefecimento e suspensão dianteira.
Mesmo em carros populares, o gasto ao longo de alguns anos pode variar entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Para SUVs e sedãs médios, os valores podem superar até o custo de revenda do veículo.
Conhecer os componentes mais problemáticos ajuda o motorista a se preparar, evitar surpresas e planejar a manutenção preventiva, a estratégia mais eficiente para não transformar seu carro em uma “bomba-relógio” financeira.