Por que Fiat Mobi e Renault Kwid podem ser os últimos automóveis baratos do Brasil?

Últimos automóveis baratos do Brasil: saiba o que motivou isso.

Lançados entre 2016 e 2017 com preços na faixa de R$ 30 mil, o Fiat Mobi e o Renault Kwid podem ser os últimos automóveis baratos do Brasil. Isso porque, nos dias atuais, as versões mais baratas podem chegar a custar R$ 70 mil.

Vale ressaltar que esses veículos chegaram com o objetivo de oferecer mobilidade prática, visando atender ao público mais jovem ou até mesmo serem o segundo veículo da família. Todavia, na situação econômica atual, estão ocupando a posição de carros melhores que custam R$ 80 mil.

Diante disso, apesar de parecerem caros para o poder aquisitivo do brasileiro, é importante ter em mente que os modelos vêm de série com itens que inicialmente eram opcionais, como ar-condicionado, vidros e travas elétricas nas portas dianteiras. Confira a seguir mais detalhes!

Fonte: Jupiterimages / Canva

O que motivou esses veículos a perder esse posto de mais baratos do país?

De acordo com Cassio Pagliarini, consultor automotivo, uma junção de diversos motivos colabora para o cenário atual. “Houve uma inflação de commodities – como aço, alumínio, vidro e plástico – muito grande e, como são precificadas em dólar, que também aumentou, os efeitos se multiplicaram. Somente a variação dos custos já fez o preço dos carros subir.”

Contudo, a grande razão é que o mercado não sofreu somente com a variação dos preços das matérias-primas. Se o motivo fosse exclusivamente esse, o cenário poderia se moldar com a estabilização da crise. Dessa forma, as exigências legais para os carros estão se elevando cada vez mais.

Dessa forma, detalha Pagliarini, “Quando os airbags e os freios ABS se tornaram obrigatórios, por exemplo, alguns carros deixaram de ser produzidos, como o antigo Uno. O mesmo ocorre com as exigências atuais.”

Além disso, ressalta que “Temos determinações do Proconve em relação às emissões e medidas de segurança, como controle de estabilidade. A inclusão de equipamentos caros em veículos baratos causa um forte impacto nos preços. Não é à toa que os carros de entrada do mercado brasileiro atualmente partem de R$ 70 mil, algo que era impensável há três anos atrás.”

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