Estratégia ousada: entenda como a BMW se destaca no mercado de carros elétricos
Aparência semelhante entre os modelos a combustão e eletrificados é alvo de críticas, mas parece ter valido a pena.
A BMW é uma das montadoras tradicionais que decidiu utilizar uma mesma carroceria básica para produzir carros a combustão, híbridos e elétricos. A estratégia para tentar competir com a Tesla e as marcas chinesas pode até causar certo incômodo nos especialistas, mas parece ter dado certo.
A montadora alemã vendeu 376 mil unidades de elétricos em 2023, somando aos emplacamentos da marca Mini, o que representa uma alta de 75% frente ao ano anterior. Ela ficou atrás apenas da Tesla no segmento de luxo, e os elétricos corresponderam a 15% de suas comercializações em 2023.
Esse crescimento ocorre em um cenário de queda no ritmo da demanda por eletrificados, o que surpreende um pouco. Outro ponto que causa confusão é que a BMW obteve lucro com os veículos a bateria, situação contrária à da General Motors e da Ford Motor.
Esperança para as grandes montadoras
Se a teoria corresponder à realidade, o caminho percorrido pela BMW pode servir de exemplo para marcas com décadas de experiência, mas que pouco avançaram na transição para os carros elétricos.
A abordagem deu à montadora mais tempo para criar uma linha exclusivamente eletrificada. Além disso, a empresa conseguiu manter os compradores do novo segmento sem abandonar a tecnologia de propulsão.
Perderíamos nossos clientes tradicionais se disséssemos a eles: “Você faz parte do velho mundo”. Eles desertariam imediatamente, disse Oliver Zipse, executivo-chefe da BMW, sobre a preferência por motores a combustão.
É provável que a BMW sobreviva a essa difícil transição para os veículos elétricos devido à sua experiência em engenharia, marca forte e margens de lucro que permitiram que a empresa investisse em novas tecnologias, avalia Matthew Fine, gerente de portfólio da Third Avenue Management.
A estratégia adotada pela alemã mostra que pode haver esperança para as fabricantes mais conhecidas, mesmo em um momento em que a BYD começa a vender carros para a Europa, América Latina e outros países asiáticos. O aumento da popularidade da BMW é um sinal de que muita gente ainda valoriza a familiaridade e desconfia das marcas mais novas.
*Com informações do Estadão.