Nota zero! Citroën C3 elétrico também é reprovado em teste de colisão
Críticas à segurança do Citroën C3 aumentam ainda mais desde a reprovação da sua variante elétrica nos testes.
O Citroën C3 é um dos carros mais baratos do Brasil, mas nem mesmo isso é uma desculpa válida para sua péssima performance no teste de colisão do Latin NCAP. Além disso, para aumentar as críticas relacionadas à segurança do modelo, sua variante elétrica também tirou nota zero na avaliação.
Fabricado e vendido na Índia, o Citroën C3 elétrico enfrentou o “crash-test” do Global NCAP, edição internacional do principal teste de colisões automotivas do planeta, e também saiu sem nenhuma estrela no quesito segurança.
Já era de se imaginar, uma vez que o eC3 é praticamente idêntico à sua versão a combustão disponível no mercado indiano, apenas com poucas mudanças estruturais feitas para substituir os componentes mecânicos pelo motor elétrico e as baterias. Essas modificações impedem que a prova seja validada oficialmente no Brasil, mas permitem ter uma boa ideia.
Resultados dos testes
Os avaliadores deram nota mínima na prova de impacto frontal, pois constataram danos graves ao tórax do motorista e ainda piores ao tronco do passageiro dianteiro. Os joelhos do condutor foram atingidos por partes do painel, que também possuem potencial de lesão nos pés.
Como não há equipamentos de proteção para os testes de impacto lateral, ele nem mesmo foi realizado.
Vale lembrar que o C3 indiano não vem com controle de estabilidade de série, ao contrário do brasileiro. Esse quesito pesou ainda mais na nota, bem como o aviso de afivelamento dos cintos.
Também foi testada a proteção de uma criança de 3 anos acomodada em cadeirinha apropriada na segunda fileira de assentos. O boneco bateu a cabeça em partes da cabine, uma vez que o cinto foi incapaz de impedir o movimento frontal excessivo. A proteção lateral foi considerada boa, mas uma criança menor teria a cabeça exposta a batidas.
Outra questão é a falta de dois pontos de ancoragem Isofix, que seguem o padrão internacional de fixação das cadeirinhas, e do cinto de três pontos no banco. No Brasil, a Citroën oferece ambos.
‘Grande passo para trás’
O secretário-geral do Global NCAP, Alejandro Furas, não poupou críticas à Stellantis e citou uma tendência de precarização da segurança nos veículos das marcas do grupo. “A PSA já foi líder em segurança, mas agora, como parte da Stellantis, a fabricante parece ter dado um grande passo para trás”, criticou.
Quem também falou sobre o péssimo desempenho nos testes foi David Ward, presidente da fundação Towards Zero, parceira da ONU na campanha de redução de mortes no trânsito.
Esse resultado é uma séria preocupação não apenas para os consumidores indianos, mas também para todos aqueles de economias emergentes ao redor do mundo”, disse ele, referindo-se ao Brasil.