Alerta vermelho! Defasagem de preço da gasolina da Petrobras alcança 21%
Empresa estatal pode elevar os preços nas refinarias para alinhar os valores em relação ao mercado internacional.
A defasagem no preço da gasolina vendida pela Petrobras atingiu o maior patamar do ano em relação aos valores praticados no exterior, chegando a 21% no último dia 12. Os dados são da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e levantam preocupação nos especialistas.
Essa discrepância é resultado de fatores como a alta do preço do petróleo no Golfo do México, onde ficam as refinarias norte-americanas, e da valorização do dólar frente ao real.Segundo a associação, a empresa teria que aumentar em R$ 0,74 por litro o preço praticado em suas refinarias para acabar com a defasagem.
No caso do diesel, a diferença está na casa dos 12%, o que pode levar a um reajuste de R$ 0,48 por litro.O último reajuste promovido pela Petrobras no valor da gasolina foi há 178 dias e no diesel, há 111 dias.
No caminho contrário está a Refinaria de Mataripe, administrada pela Acelen, que tem promovido as correções necessárias para evitar grandes defasagens. Desde o último aumento, os preços da gasolina e do diesel comercializados pela empresa estão defasados em 9% e 8%, respectivamente.
Guerra e desafios
Um dos principais responsáveis pela situação registrada no Brasil é o preço do barril do petróleo do tipo Brent, usado como referência no mercado internacional. O produto estava cotado a US$ 89,61 na segunda-feira (15), mas a cotação tem se mantido por volta de US$ 90 nos últimos dias.
Para os analistas, o barril pode chegar a US$ 100 se a crise no Oriente Médio se agravar. No último fim de semana, o Irã enviou drones e mísseis a Israel, cuja resposta ao ataque influenciará diretamente na escalada dos preços do petróleo. Jornais internacionais afirmam que o governo de Benjamin Netanyahu ainda não se decidiu quanto ao melhor momento e à intensidade do contra-ataque.
“Esse evento do final de semana, sem dúvidas, aumenta a turbulência no mercado e, dependendo de como será a reação de Israel aos ataques, poderá, sim, levar a um novo aumento nos preços, ultrapassando o preço do petróleo para um patamar superior aos atuais US$ 90 por barril”, disse o presidente da Abicom, Sergio Araújo.
Isso vai pressionar e aumentar a defasagem já verificada nos preços, tanto da gasolina quanto do óleo diesel no mercado brasileiro. Além disso, haverá uma pressão ainda maior para que a Petrobras faça a adequação de seus preços. Os preços da Petrobras hoje estão artificialmente baixos, completou.