Carro usado: como identificar se a quilometragem foi adulterada

Cuidado com hodômetros adulterados ao comprar carros usados: verifique desgaste e histórico de revisões.

A busca por carros usados está em alta, mas muitos compradores se deparam com um risco silencioso: hodômetros adulterados. Golpistas conseguem reduzir a quilometragem registrada em equipamentos digitais, inflando o valor do veículo.

Aparelhos e aplicativos facilitam a fraude, tornando essencial a atenção redobrada por parte do comprador.

Para evitar cair em armadilhas, é possível adotar medidas simples. Observe sinais de desgaste físico, confira o histórico de revisões e, sempre que possível, valide os dados eletrônicos. Com esses cuidados, você negocia com segurança e reduz chances de surpresas desagradáveis.

O que observar no carro

Alterar o hodômetro para valorizar o veículo configura prática ilícita. Conforme o artigo 66 da lei nº 8078/1990, a conduta envolve infração contra o consumidor. Portanto, além do prejuízo econômico, há implicações legais que podem atingir quem comete ou induz a fraude.

Apesar das implicações, o crime se multiplica. Por isso, é melhor se prevenir e saber o que observar no veículo antes de fechar negócio.

Histórico de revisões

O manual de manutenção funciona como trilha de auditoria. Em geral, as revisões oficiais ocorrem a cada 10 mil km. Assim, um carro que foi forçado com 20 mil só pode possuir dois carimbos, e se tem mais do que isso, algo não fecha.

Questione a ausência do manual ou explicações vagas sobre perda de documentação, já que tais lacunas costumam mascarar a quilometragem real. Além disso, solicite notas de serviço e registros complementares, pois a consistência do histórico reforça a confiabilidade da oferta.

Desgaste físico

Comece a avaliação pelas superfícies de contato. Volante e câmbio, em modelos manuais, revelam uso quando ficam muito lisos ou brilhantes. No entanto, sinais tão acentuados tendem a aparecer em veículos que já superaram cerca de 90 mil km, o que demanda cautela na análise.

Amplie o exame para pedais, bancos e tapetes. Marcas de uso intenso, esgarçamentos e brilho irregular costumam indicar rodagem elevada.

Além disso, incoerências entre o estado interno e a quilometragem exibida sugerem adulteração e justificam investigação mais profunda.

Scanner e central eletrônica

Veículos com hodômetros digitais permitem conferência técnica em oficinas autorizadas ou concessionárias. Nessas estruturas, um scanner lê dados armazenados no módulo do carro, permitindo a comparação da leitura do painel com a informação gravada na central.

Mesmo que alguém reduza o número no painel, a central eletrônica preserva a quilometragem originalmente registrada. Logo, o scanner expõe discrepâncias e encerra dúvidas. Além disso, a consulta técnica cria evidência documental para eventual contestação ou negociação.

você pode gostar também