Com economia em expansão, Chilenos esperam até 13 meses por um carro novo

A demanda por carros é tão alta que as listas de espera duram até 13 meses no Chile.

Castillo é vendedor de uma concessionária Chevrolet na cidade, onde a demanda por carros é tão quente que as listas de espera duram meses. Os clientes não aceitam isso muito bem, diz Castillo. O choque leva à frustração e às vezes a ataques de raiva. Principalmente de quem quer comprar um Silverado. A data de entrega estimada para a versão diesel da popular pick-up é outubro de 2022.

“Todo mundo quer seu carro agora”, disse Castillo. Era uma manhã de quarta-feira, um horário normalmente tranquilo para a concessionária. Ainda assim, quando Castillo olhou para o showroom, todas as mesas estavam cheias de compradores em potencial.

A escassez não é exclusivamente chilena, é claro. Problemas da cadeia de abastecimento global estão causando tempos longos de espera para os carros em muitos países. A população local está em um momento de compras de proporções épicas. Carros, geladeiras e eletrônicos estão voando das prateleiras.

Ironicamente, um dos maiores motores de crescimento agora vem da retirada antecipada dos fundos de pensão privados criados por Pinochet. Isso injetou US$ 49 bilhões na economia. Os programas de transferência de dinheiro do governo também ajudaram durante a pandemia, outro sinal do afastamento do país das versões mais rígidas do capitalismo dos Chicago Boys.

“O dinheiro entrou e as pessoas começaram a comprar carros como um louco”, observa Castillo.

A taxa de vacinação contra o coronavírus no Chile, perto de 75%, é a mais alta de todo o continente americano, outro impulso para a economia à medida que as infecções diminuem.

Tudo isso faz com que os funcionários do banco central prevejam o crescimento econômico mais rápido já registrado. Essa projeção está no limite superior das estimativas das 102 principais economias analisadas pela Bloomberg, que indicam que a China crescerá 8,4% e o Brasil apenas 5,2%.

Estímulo amplo

Na verdade, os sinais de uma economia em expansão estão por toda parte no Chile. As vendas de automóveis dispararam 97% em agosto em relação ao ano anterior, aproximando-se do nível mais alto de qualquer mês já registrado. As transações com cartões de crédito e débito bateram um recorde em agosto, indicando fortes gastos do consumidor. As vendas de bens duráveis ​​aumentaram 130% no segundo trimestre em relação ao ano anterior.

“Vimos uma forte recuperação da confiança das famílias e das empresas”, disse Andrés Pérez, economista-chefe do Banco Itaú. “Reflete, por um lado, melhorias significativas na situação da saúde, mas também um ambiente com amplos estímulos e liquidez”.

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