Com IPI zerado, Fiat Mobi e Argo disparam nas vendas; Renault Kwid decepciona

Programa impulsionou as vendas de alguns modelos no Brasil, beneficiando principalmente a Fiat e a Volkswagen, enquanto a Renault não teve o mesmo êxito.

O programa “Carro Sustentável”, que zerou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para modelos compactos produzidos no Brasil, trouxe movimentações significativas no mercado automotivo já no seu primeiro mês completo de vigência.

Enquanto a Fiat comemora o crescimento expressivo das vendas dos seus modelos Mobi e Argo, a Renault amarga queda nas comercializações do Kwid. O panorama evidencia como a isenção do IPI influencia diretamente o desempenho dos carros populares e compactos em 2025.

Fiat acelera vendas do Mobi e Argo com IPI zero

Fiat Mobi (Foto: Divulgação/Fiat)

A Fiat aproveitou ao máximo a iniciativa do governo federal ao inscrever versões selecionadas do Fiat Mobi e do Fiat Argo no programa.

Em julho, o compacto Mobi registrou 8.099 unidades vendidas, o que representa um salto de 27,6% em relação a junho. Já o Argo surpreendeu com 9.966 emplacamentos, alta de impressionantes 37,7% no mesmo período.

Esses números foram confirmados pela Fenabrave e refletem o impacto positivo da isenção do IPI para veículos compactos produzidos no Brasil.

Fiat Argo (Foto: Divulgação/Fiat)

Renault Kwid enfrenta queda mesmo com incentivo fiscal

Diferentemente da Fiat, a Renault não conseguiu traduzir o benefício do IPI zero em crescimento para o seu modelo participante, o Renault Kwid.

O hatch compacto vendeu apenas 3.726 unidades em julho, registrando uma queda de 30,1% em relação ao mês anterior.

Este desempenho é preocupante para a marca francesa, sendo o segundo pior resultado do Kwid em 2025, perdendo apenas para o mês tradicionalmente fraco de janeiro.

Renault Kwid (Foto: Divulgação/Renault)

Chevrolet e Volkswagen também se beneficiam com o programa

Outras montadoras também colheram resultados positivos com o “Carro Sustentável”. A Chevrolet viu o Onix alcançar 7.689 emplacamentos em julho, uma alta de 13,2%. Já o modelo Onix Plus teve desempenho oposto, com queda de 11,1%, totalizando 3.108 unidades vendidas.

A Volkswagen destacou-se com o Polo, que saltou de 11.492 para 12.940 unidades, crescimento de 12,6%, terminando julho como o carro mais vendido no Brasil, reforçando sua posição no segmento de compactos.

Já a Hyundai inscreveu o HB20 e o HB20S no programa. O hatch sofreu queda nas vendas, de 6.917 para 5.519 unidades, enquanto o sedã registrou leve aumento, passando de 2.241 para 2.638 emplacamentos.

Vale lembrar que a medida começou a valer oficialmente em 11 de julho, e julho foi o primeiro mês completo para análise.

Como funciona o programa ‘Carro Sustentável’?

O programa do governo federal oferece isenção total do IPI para veículos produzidos no Brasil que atendam a critérios rigorosos de sustentabilidade, com o objetivo de incentivar a indústria automotiva nacional e a fabricação de carros ambientalmente responsáveis. Os principais requisitos são:

  • Emissão de menos de 83g de CO2 por quilômetro;
  • Uso de mais de 80% de materiais recicláveis na fabricação;
  • Produção nacional, incluindo etapas como soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem;
  • Classificação na categoria de veículos compactos.

Além disso, o governo lançou o IPI Verde, que redefine a base de cálculo do imposto para estimular a venda de carros com menor impacto ambiental.

O IPI zero para carros compactos representa uma estratégia importante para fomentar a indústria nacional e estimular a aquisição de veículos mais sustentáveis.

O crescimento expressivo dos modelos Fiat Mobi e Argo demonstra que a iniciativa pode ser um divisor de águas para o mercado, enquanto a queda do Renault Kwid indica que o benefício fiscal sozinho não garante o sucesso comercial — fatores como percepção de marca, design e oferta são determinantes.

Acompanhar o desempenho dos veículos participantes do programa é essencial para entender as tendências do setor automotivo brasileiro em 2025 e os impactos das políticas públicas sobre o consumo consciente e sustentável.

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