Crise dos chips vai custar à indústria automobilística US$ 210 bilhões em 2021
A crise dos chips custará à indústria automobilística global US$ 210 bilhões em 2021 mais do que a projeção inicial feita em maio.
A atual escassez global de chips semicondutores atingirá as montadoras mais duramente do que os especialistas previram inicialmente em maio. A pandemia de COVID-19 continua interrompendo a produção de chips.
Um novo relatório sobre a crise foi divulgado na quinta-feira (23) pela empresa de consultoria AlixPartners. No documento é dito que a crise dos chips custará à indústria automobilística global US$ 210 bilhões em 2021. Isso é quase o dobro de sua estimativa feita em maio de US$ 110 bilhões.
Em termos de produção, a AlixPartners prevê que as montadoras produzam 7,7 milhões de veículos a menos em 2021. Em maio, havia previsão de queda na produção de 3,9 milhões de unidades.
“Claro, todos esperavam que a crise do chip tivesse diminuído nesse momento. Entretanto, eventos infelizes como os bloqueios do COVID-19 na Malásia e problemas contínuos em outros lugares agravaram as coisas”, disse Mark Wakefield, co-líder global do setor automotivo e prática industrial na AlixPartners em Southfield.
Chips
Os chips são usados em uma variedade de peças automotivas. A escassez mundial começou no início deste ano, em parte como resultado da pandemia COVID-19. À medida que as pessoas cada vez mais trabalhavam em casa e as crianças estudavam em casa, aumentou a demanda pelos eletrônicos pessoais nos quais os chips são usados.
Então, quando as montadoras voltaram a fabricar veículos, elas também precisavam dos chips para os carros. Logo, os fabricantes de chips não conseguiam acompanhar a demanda geral.
Desde o início deste ano, a General Motors, a Ford Motor Co. e a Stellantis tiveram que paralisar fábricas. Nesse ínterim, os lotes das concessionárias estão praticamente zerados. Por causa disso, clientes enfrentam longas esperas e preços mais altos para comprar um carro novo.
Na terça-feira, o presidente da GM, Mark Reuss, disse que o fornecimento de chips provavelmente se estabilizará em níveis abaixo do normal. Reuss disse que a demanda continua a superar a oferta, especialmente à medida que mais montadoras procuram usar os chips para futuros veículos elétricos. Isso atrasa o cronograma de “normalização” do fornecimento de chips, disse ele.