Dirigir bêbado nunca mais: tecnologia vai barrar motoristas embriagados (fim de semana)

Um importante fornecedor de tecnologias para automóveis novos revelou sua estratégia para evitar alguém de dirigir bêbado.

Dirigir bêbado pode virar coisa do passado em breve. Um dos principais fornecedores mundiais de tecnologia para automóveis novos introduziu um sistema de alta tecnologia anti-embriaguez ao volante que poderá salvar milhares de vidas.

A empresa canadiana Magna International – que fornece peças a muitas empresas de automóveis novos – aproveitou a Consumer Electronics Show (CES) de 2024 em Las Vegas para apresentar a sua nova tecnologia, que utiliza sensores de respiração e câmeras para determinar se um condutor está alcoolizado.

Enquanto uma câmera regista o rosto do condutor em busca de movimentos oculares para detetar distração, sonolência e intoxicação, um sensor infravermelho pode medir os níveis de álcool e dióxido de carbono no hálito do condutor – e posteriormente calcular se estão acima do nível legal de álcool no sangue.

Se um motorista tentar dirigir bêbado, o sistema desligará o carro e impedirá que ele decole ou continue dirigindo.

Sensor que impede de dirigir bêbado

Como a tecnologia foi revelada nos EUA, ela foi projetada para detectar apenas níveis de álcool no sangue até 0,08 (o valor legal mais alto em todos os estados dos EUA, exceto Utah) – embora possa ser recalibrada dependendo do limite em diferentes países.

No Brasil, os motoristas com licença completa podem dirigir com uma concentração de álcool no sangue (TAS) de até 0,06, no entanto, aqueles com licença de aprendizagem e provisória são mantidos a uma restrição de zero absoluto.

A Magna ainda não anunciou quando sua tecnologia anti-embriaguez será lançada em um carro de produção.

Mortes por dirigir bêbado no Brasil

A Lei Seca celebra seu 16º aniversário em 2024, ressaltando sua relevância através de um dossiê apresentado pelo Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool, que compilou dados do Ministério da Saúde sobre os acidentes resultantes da combinação de álcool e direção.

Os dados revelam que, somente em 2021, 10.887 vidas foram perdidas devido a essa perigosa combinação, representando uma média alarmante de 1,2 óbito por hora. O psicólogo e pesquisador do Centro, Kaê Leopoldo, enfatiza que pequenas mudanças nos hábitos dos condutores poderiam contribuir significativamente para reverter esses números sombrios.

Embora os números sejam preocupantes, é importante destacar que a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em 2021 tenha sido 32% menor do que em 2010, quando a Lei Seca tinha apenas dois anos de existência. O número anual de mortes por 100 mil habitantes caiu de sete para cinco durante esse período. Além disso, as hospitalizações de ocupantes de veículos e pedestres envolvidos em acidentes relacionados ao consumo de álcool também experimentaram uma redução.

Apesar desses dados encorajadores, o total de hospitalizações aumentou em 34%, passando de 27 para 36 internações a cada 100 mil habitantes, principalmente devido ao aumento de ciclistas e motociclistas entre as vítimas.

Surpreendentemente, as hospitalizações variam significativamente entre os estados, indo de 85,2 a cada 100 mil pessoas no Piauí até 11,8 a cada 100 mil no Amazonas, uma discrepância de mais de sete vezes.

Em contrapartida, o Distrito Federal e o Rio de Janeiro apresentam números mais positivos, com menos de três óbitos por 100 mil habitantes.

O perfil das vítimas de acidentes relacionados ao consumo de álcool é predominantemente masculino, com 85% das hospitalizações e 89% das mortes atribuídas a pessoas do sexo masculino. Essa disparidade de gênero destaca a necessidade contínua de abordagens específicas para conscientização e prevenção, visando a segurança no trânsito.

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